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Artigo de Luís Miguel Condeço—A Paz também é alimento

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

Quando no século XVI o Papa Gregório XIII promulgou o seu calendário (denominado gregoriano), que de imediato fora adotado pela Europa católica da época (incluindo Portugal), estaria longe de imaginar o papel cronológico do último mês do ano – dezembro.

De facto, dezembro é especial!

Do ponto de vista religioso, são incontornáveis as celebrações cristãs, que reúnem as famílias por altura do Natal, assim como a celebração judaica do Hanukkah (ou Festival das Luzes) que se estende por oito dias e que pretende recordar a vitória do povo judeu sobre os opressores gregos há mais de dois mil anos.

Do ponto de vista histórico, o dia 1 de dezembro (feriado nacional) não faz esquecer Os Quarenta Conjurados, que conspirando contra o domínio filipino restauraram a independência do nosso país.

Do ponto de vista da astronomia, o solstício de inverno marca uma nova estação e o dia mais pequeno do ano, em horas de luminosidade.

Do ponto de vista social, é uma época do ano economicamente muito ativa, com um período de férias escolares, e o nosso espaço comunitário acaba por se encher de atividades solidárias e beneficentes.

Mas o meu propósito ao escrever sobre esta época do ano, vai mais além de todos estes marcos, fundamentais também, como é claro, contudo menores quando comparados com os conflitos vividos por outros povos na Ucrânia e no Médio Oriente. A destruição (da vida, da família, da casa, dos sonhos…) que todos os dias entra em nossa casa pelo ecrã da televisão adentro, e nos faz refletir como podem crianças, mulheres, homens, e idosos suportar tais agressões em pleno século XXI.

No passado dia 20 de novembro comemorava-se a proclamação pela Assembleia Geral das Nações Unidas no distante ano de 1959, da Declaração dos Direitos da Criança, para que não se esquecesse o direito ao nome, à nacionalidade, ao amor, à proteção, à família, à escola, à alimentação e ao brincar de todas as crianças do mundo. E vinte dias depois relembra-se a Resolução 217 A III de 10 de dezembro de 1948 do mesmo órgão deliberativo – Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Este ano celebramos 75 anos deste marco tão importante para o Homem, onde o compromisso assumido – o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, é facilmente esquecido em detrimento de interesses que não privilegiam a vida humana.

Os Direitos Humanos não podem ser esquecidos ou ignorados nas sociedades atuais, hoje mais do que nunca, o valor da vida humana é desvalorizado, comportamento ignóbil, este sim, a combater.

No dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Norwegian Nobel Committee (Comité Norueguês do Prémio Nobel) entregou o Prémio Nobel da Paz de 2023 a Narges Mohammadi (ou a um representante seu, uma vez que se encontra presa), ativista pela luta “contra a opressão das mulheres no Irão” e pela “promoção dos Direitos Humanos e liberdade para todos”.

O textos bíblicos enunciam que “nem só de pão viverá o Homem”, atrevo-me a dizer que também a Paz saciará alguns povos nesta época fraterna, que deve ser de união, paz e amor.

Bom Natal para todos.

Artigo de Luís Condeço—Deitar cedo e cedo erguer, dá Saúde e faz crescer!

Autor

Luís Miguel Condeço

Enfermeiro Especialista de Saúde Infantil e Pediátrica do Centro Hospitalar Tondela-Viseu

Professor Convidado do Instituto Politécnico de Viseu

Com o verão a terminar regressa às nossas casas a habitual rotina escolar. Para muitas das crianças e adolescentes é um período do ano aborrecido, habituados à liberdade do deitar tarde e levantar tarde, próprio de tempo de férias, terão agora de regularizar novamente o seu sono.

Dormir bem é fundamental para um futuro saudável, pois o sono enquanto processo fisiológico e dinâmico de consolidação de memórias, regulação endócrina e metabólica, regulação cardiovascular, regulação do estado de humor e controlo da inflamação, ultrapassa em muito a ideia preconcebida de que apenas serve para o descanso físico.

Aconselha-se à população infantil e juvenil alguns comportamentos facilitadores de um sono repousante e revigorante:

  • Manter uma regularidade na hora de deitar e levantar, e das refeições, criando uma rotina positiva;
  • As sestas (quando realizadas, em função da idade) devem ter hora e duração certa;
  • Os pais devem criar um ambiente propício ao sono no quarto da criança e adolescente, com temperatura amena, escuro ou luz de presença mínima, e silencioso;
  • Deve ser evitada a luz intensa na hora de dormir e durante a noite, permitindo a entrada de luz natural pela manhã no quarto;
  • Estão completamente desaconselhados o exercício físico excessivo e a ingesta de refeições pesadas próximos da hora de deitar;
  • O consumo de alimentos ricos em cafeína (estimulante) deve ser restrito, como é o caso do café, chá, refrigerantes (cola, ice tea) e chocolates;
  • E como não podia deixar de ser – os ecrãs, remover do quarto e não permitir antes de dormir a utilização de televisão, tablets, telemóveis e videojogos.

A qualidade do sono é influenciada pela sua duração, continuidade e profundidade, e cabe aos pais, cuidadores e família garantir estas três dimensões dentro do recomendado. Lembro que uma criança em idade escolar deve ter um tempo de sono diário de 9 a 11 horas, enquanto os adolescentes devem dormir entre 8,5 a 10 horas por noite. Um bom sono é fundamental para uma vida saudável!