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Artigo de Sara Morais——O Sono e a Hipnose Clínica 

O Sono e a Hipnose Clínica
No  último fim de semana de outubro, os ponteiros do relógio deram uma volta para trás marcando, assim, não só a mudança do tempo, mas, também, a alteração dos hábitos e comportamentos tanto no ser humano como na própria natureza. Agora, que os dias parecem ficar mais curtos e frios, o Ser Humano é convidado a exercer a sua capacidade de adaptabilidade ao meio, pelo que deverá reforçar, ainda, mais a sua atenção à importância de uma boa higiene do sono.
O sono é um estado alterado de consciência diferenciado e complexo que é essencial à reparação e manutenção do equilíbrio bio-psico-social do ser humano. A diminuição da luminosidade interfere com o ciclo circadiano que é responsável, ininterruptamente, pelos vários processos biológicos do corpo, como o metabolismo, o ciclo do sono e de vigília. O cérebro recebe diferentes estímulos de luminosidade que são captados pela retina do olho e transmitidos ao Hipotálamo que ao receber esta informação estabelece os padrões de vigília e sono. Estes sinais são, posteriormente, transmitidos à Hipófise que vai produzir melatonina preparando o corpo para dormir diminuindo, assim: a temperatura corporal, a frequência cardíaca, o metabolismo, a atividade urinária, entre muitos outros processos quando existe um decréscimo de claridade. Durante o dia, esta produção é inibida e as glândulas suprarrenais aumentam a sua atividade produzindo cortisol, permitindo que o corpo aumente o estado de vigília durante o dia.
No entanto, a excessiva produção desta hormona provoca distúrbios de ansiedade, alterações de humor, perturbações do sono o que vai incitar, consecutivamente, a irritabilidade. Aliado a este descontrolo, a diminuição da luminosidade produz uma quebra dos níveis de serotonina – hormona da felicidade – que comumente com a incidência de uma produção mais prolongada da melatonina, aumentam a fadiga, o que caracteriza em termos gerais a Depressão Sazonal. Esta perturbação, normalmente, principia no Outono, prolongando-se pelo Inverno e desaparece com o desabrochar da Primavera.
Neste enquadramento a Hipnose Clínica poderá servir como ferramenta preventiva na sustentação de uma saúde mental equilibrada. A terapia caracterizada por um estado fisiológico natural, não só permite um estado de relaxamento mental e físico, como também produz, por si só, o aumento dos níveis da serotonina e o desenvolvimento sensorial e intelectual o que, como resultado, melhora a capacidade de memória e atenção concentrada. Esta captação vai produzir efeitos na alteração do humor e, por conseguinte, na própria construção do pensamento.
Em jeito de conclusão, embora nesta época seja muito fácil descuidar da sua higiene do sono pelo simples facto de querer “ficar mais um pouco”, de “aproveitar mais um bocadinho”, porque afinal de contas o dia terminou tão rápido. Contudo, uma boa higiene do sono, assim como o auxílio da Hipnose Clínica, é fundamental para permitir que o leitor possa interagir com uma maior adaptabilidade do “eu” à mudança.
Sara Morais
Hipnoterapeuta

Visita da e Reunião de Gestão no IPO de Coimbra

O IPO de Coimbra acolheu a visita institucional da  Secretária de Estado da Gestão da Saúde, acompanhada por elementos da sua equipa, pelo Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, pela Presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e por elementos da equipa da Secretária de Estado da Saúde. Esta visita ocorreu no âmbito de uma Reunião de Gestão que contou com a presença dos Presidentes dos Conselhos de Administração das Unidades Locais de Saúde e dos Institutos Portugueses de Oncologia.

A  Secretária de Estado da Gestão da Saúde teve a oportunidade de visitar a empreitada em curso, assim como o Serviço de Radioterapia. No decorrer da Reunião de Gestão, o IPO de Coimbra apresentou o projeto “Via Verde do Cancro do Pulmão – da referenciação ao tratamento”, como um exemplo de Boas Práticas na abordagem e tratamento desta patologia.

Comunicado- FNAM realça: Portugal sem caminho para o reforço do SNS

Em comunicado, a FNAM refere que :O Ministério da Saúde (MS) liderado por Ana Paula Martins insiste em medidas vazias e outras que agravam ainda mais a degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Sem que estejam contempladas a melhoria das condições de trabalho e salários justos, capazes de fixar médicos e demais profissionais de saúde, Portugal está sem caminho para o reforço do SNS e condenado ao retrocesso em resultados de saúde.

As medidas anunciadas pelo MS não vão resolver os problemas do SNS. Estas medidas não preveem o reforço dos recursos humanos, mas são ricas em propaganda:
● As grávidas vão continuar reféns de linhas telefónicas em substituição do atendimento presencial. Até aqui havia, em média, 10 partos por ano em ambulâncias, mas este ano foram mais de 40, só até ao verão. É um retrocesso grave, que coloca grávidas e bebés em risco. As linhas telefónicas vão remeter para um serviço capacitado que pode existir apenas a centenas de quilómetros, ou através da marcação de uma consulta, hospitalar ou nos cuidados de saúde primários (CSP), em 48h, onde as agendas estão cheias e há falta de médicos.
● A vacinação, que sempre foi assegurada pelos CSP, é transferida para as farmácias, sem justificação válida. Esta medida acarreta custos adicionais do erário público e faz com que sejam perdidos momentos de contacto do utente com a sua equipa de saúde familiar.
● O MS é omisso nas medidas para garantir a capacidade dos serviços que tutela para receber, confirmar e tratar, em tempo útil, todos os casos de cancro da mama que vão surgir com a redução da idade do rastreio, assim como para a realização da ressonância magnética indicada após um rastreio por mamografia em mulheres com menos de 50 anos.
● O Onco-stop tem sido propagandeado, de forma enviesada e insidiosa, unicamente para servir a engenharia estatística do MS. Conforme confirmou o Polígrafo, este tratou-se de um programa avulso, que apenas garantiu a marcação da cirurgia – não a sua realização – e não evitou o aumento da lista de espera.

Devido ao SNS, Portugal apresentou, nos últimos 50 anos, dos melhores resultados na saúde materno-infantil, com redução de 37,9 mortes de crianças com menos de um ano de idade por cada mil nascimentos, para 2,45. A mortalidade materna diminuiu de 73,4 mortes por cada 100 mil nados-vivos, para 8,8. Além disso, assistimos a um aumento da esperança média de vida de 68,2 anos para 81,2 anos.
Em 2020, a taxa de mortalidade por causas preveníveis, e a mortalidade por causas tratáveis, eram respetivamente de 19% e 14%, mais baixas do que a média na União Europeia. No entanto, o país teve um aumento da taxa de mortalidade excessiva por todas as causas, no último ano, e que se estima que se agrave este inverno, em relação com a ausência do reforço das equipas com mais profissionais.
A escolha em não investir nos profissionais do SNS e não fortalecer os seus quadros, coloca estes e outros resultados em risco, devido à degradação do serviço público de saúde.
Face a um diagnóstico cada vez mais reservado do estado do SNS, e do perigo que isso constitui para os valores de excelência que apresentámos no passado, os médicos e demais profissionais de saúde continuarão a lutar na defesa do SNS, contra os atentados sistemáticos que o têm delapidado.

Artigo de Sara Morais —Quando o Sorriso perde o Caminho – A Hipnose Clínica

Este término do Verão revelou-se avassalador: os fogos, a luta pela sua sobrevivência e pela segurança e perpetuidade dos seus bens… Na verdade, o modo de vida foi posto em causa – falo da valorização dos pressupostos que, maioritariamente, não garantem a sua felicidade, mas apenas e, somente, a funcionalidade daquilo que gravita ao seu redor. É dentro desse eixo que surge a verdade incontornável de que vivemos como imortais, tomando tudo como garantido, mas na verdade somos frágeis em busca da tal felicidade.

Nesta aventura que é a vida, por vezes, é difícil parar para pensar no caminho porque o leitor vai caminhando, inconscientemente, vivendo da melhor forma que sabe e com as ferramentas que lhe foram dadas ao longo da vida. E, por isso, apesar de reconhecer que a vida se foi construindo, de forma, a tornar-se numa pessoa bem-sucedida parece, mesmo assim, sentir um vazio que ecoa pelo seu “eu” interior confundindo o seu sorriso até, que este, se perca dando lugar à tristeza.

Este sentimento é, frequentemente, percecionado como uma fraqueza que atira o leitor para uma posição desconfortável dentro das várias dimensões da sua vida. No entanto, o que naturalmente sucede é a necessidade de fazer desaparecer este “fogo” cálido para voltar a encontrar o equilíbrio que outrora havia no seu dia a dia.

É neste enquadramento que surge a Hipnose Clínica não só como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal, mas, também, como um utensílio preventivo na sustentação da sua saúde mental. A terapia assente num estado fisiológico natural, permite aceder ao seu subconsciente onde todas as suas referências interiores estão guardadas e servem como linhas de orientação no ser e no sentir. Neste âmbito, o leitor desenvolve um olhar mais conhecedor, compreensivo e tolerante sobre os seus próprios limites e capacidades que lhe permitirá enquadrar os seus sentimentos e emoções de uma forma mais equilibrada e saudável. Assim, o seu mindsetting é trabalhado no sentido de expandir a sua capacidade emocional e racional para interagir com uma maior adaptabilidade do “eu” à grande quimera que é a vida.

No próximo artigo poderá saber mais sobre o impacto do sono no bem-estar da mente e o papel interventivo da Hipnose Clínica.

Sara Morais

Hipnoterapeuta

 

 

Dia Internacional do Enfermeiro de Emergência assinalado no Palácio do Gelo Shopping

O Palácio do Gelo Shopping continua a ter um foco e uma
atenção especial para com os seus clientes e visitantes incluindo, na sua Política de
Responsabilidade Social, um conjunto alargado de iniciativas que visam o bem comum
em diversas matérias importantes no dia-a-dia. A saúde é uma das áreas que motiva a
realização de diversas ações ao longo do ano.
Esta quarta-feira, não é exceção e, no contexto da celebração do Dia Internacional do
Enfermeiro de Emergência, o Palácio do Gelo Shopping disponibilizará um espaço onde
profissionais do setor irão esclarecer a população sobre diversas matérias.
Nesta ação, que decorrerá ao longo de todo o dia 9 de outubro, no piso 0, os Enfermeiros
de Emergência terão como principal objetivo fortalecer a conexão entre os enfermeiros
do Serviço de Urgência e a comunidade local, capacitar a população em Suporte Básico
de Vida e esclarecer a população sobre o Sistema de Triagem de Manchester (sistema
que ordena a prioridade no atendimento dos doentes na ida ao serviço de urgência),
desmistificando, ao mesmo tempo o seu funcionamento.
Outros dos objetivos desta importante iniciativa visa informar e incentivar a população
a recorrer aos diversos serviços de saúde – urgência hospitalar e centros de saúde –
consoante a necessidade de cada caso.

Artigo de Opinião de Luís Miguel Condeço—-50 anos de ensino de enfermagem em Viseu

 

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

Nos últimos cem anos, os acontecimentos relevantes para a Saúde (como a fundação de novas instituições de investigação e assistência, as descobertas científicas ou o início de tratamentos relevantes para o Homem) contam-se com a ajuda de várias mãos. Podemos até achar estranho, mas o rápido desenvolvimento da ciência, e em particular das ciências da saúde, faz-nos perceber que foi apenas nas últimas décadas que se iniciou a imunização contra o vírus da poliomielite, ou que se começou a utilizar a penicilina (antibiótico) em Portugal, ou ainda, que o Programa Nacional de Vacinação foi implementada há cerca de 60 anos.

Acredito que até os movimentos de rotação e translação do planeta têm alguma dificuldade em acompanhar esta velocidade frenética de descobertas e invenções.

Concomitante com este desenvolvimento científico que se tem vivido no último século, e que continua neste que agora nos encontramos, também a evolução no desenvolvimento da assistência às populações tem conhecido vários avanços. E para tal, muito contribuiu a aposta na formação de profissionais técnico de saúde.

Relativamente ao ensino de enfermagem, e apesar da primeira instituição em Portugal datar de 1881, foram os diplomas publicados em 1952 que permitiram a expansão do ensino de enfermeiros por todos os distritos do país, como sucedeu na Guarda, Castelo Branco e Viseu, por exemplo.

Mas é em Viseu, que quero centro o meu foco de atenção. No próximo dia 7 de outubro, terão passados precisamente 50 anos da primeira aula lecionada na então Escola de Enfermagem de Viseu. Aquele que viria a ser o grande “benefício” para a cidade, e concelhos limítrofes, só foi possível devido ao grande investimento da Fundação Calouste Gulbenkian e da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, esta última, que até abril de 1974 era a proprietária do Hospital São Teotónio (maior instituição assistencial da região).

A Fundação Calouste Gulbenkian era dirigida desde a sua criação (1956), pelo ilustre viseense José de Azeredo Perdigão, que desde logo assumiu as expensas na concretização de sonho antigo das gentes de Viseu. E caro ficou este sonho, pois apesar das evidências históricas serem imprecisas quanto à quantia disponibilizada para a obra, é consensual nos meios de comunicação social da época, que o apoio terá rondado os 12.000 contos (na moeda antiga).

Quanto à Santa Casa da Misericórdia de Viseu, sob a liderança do sabugalense Manuel Engrácia Carrilho, homem de visão estratégica e além do seu tempo, que na cidade de Viseu, ainda desempenhou os cargos de Presidente do Município e de Governador Civil. Coube a edificação e administração da escola, num terreno por si oferecido para esse fim, e que ficaria contígua ao agora existente hospital da Unidade Local de Saúde de Viseu Dão-Lafões.

  A Escola de Enfermagem de Viseu formou os seus primeiros 25 estudantes, no seu primeiro curso Curso de Enfermagem Geral que teve a duração de 3 anos. Com o passar dos anos, as escolas de enfermagem portuguesas desvincularam-se do Ministério da Saúde, para serem integrada noa Ministério do Ensino Superior, muito à custa das diversas transformações que este nível de ensino sofreu nas últimas décadas.

  Com a chegada do novo século, a instituição é integrada no Instituto Politécnico de Viseu e o seu primeiro licenciado é graduado no ano de 2003.

  As necessidades de técnicos na área da saúde continua a aumentar, e perante esta premissa a tutela transformou a instituição em Escola Superior de Saúde de Viseu, atual designação, que possibilitou a criação de novos cursos.

  Hoje a escola de enfermagem de Viseu, tem mais de 700 estudantes nos vários ciclos de estudos (licenciatura e mestrados), nas pós-graduações e cursos breves, almejando ministrar nos próximos anos cursos do 3º ciclo (doutoramentos) do ensino superior.

   Referência na formação de profissionais de saúde, a cidade e a região têm obtido importantes ganhos em saúde para as suas populações.

   Parabéns ESSV e que venham mais cinquenta.

AADIC aborda a importância da vacinação para os doentes com Insuficiência Cardíaca

A AADIC – Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca realiza no próximo dia 09 de outubro, a partir das 21h, uma sessão online subordinada ao tema “Insuficiência Cardíaca: a importância da vacinação”. Este webinar conta com as participações da Profª. Dra. Ana Teresa Timóteo, cardiologista na Clínica de Insuficiência Cardíaca do Hospital de Santa Marta, e do Prof. Dr. Filipe Froes, pneumonologista no Hospital Pulido Valente. Como habitualmente, a moderação é da responsabilidade da Dra. Maria José Rebocho, cardiologista e membro do conselho técnico-científico da Associação. Este evento conta com o apoio da GSK e tem transmissão exclusiva na página de Facebook e canal de Youtube da Associação.

Com o programa de vacinação a iniciar, é fundamental esclarecer que as vacinas admininstradas nesta época do ano são fundamentais para minimizar o risco de infeções respiratórias como a gripe ou a pneumonia, uma vez que os problemas respiratórios podem agravar a Insuficiência Cardíaca.

É exatamente para esclarecer sobre os riscos acrescidos que representam os vírus sazonais, o seu impacto nas doenças cardiovasculares e que medidas preventivas devem adotar os doentes com Insuficiência Cardíaca no inverno, que a AADIC realiza a sessão de esclarecimento “Insuficiência Cardíaca: a importância da vacinação”.

Para isso, a AADIC convidou para este webinar a Profª. Dra. Ana Teresa Timóteo, que irá abordar a necessidade e a importância da vacinação para os doentes com Insuficiência Cardíaca, e o Prof. Dr. Filipe Froes, que vai esclarecer sobre que vacinas fazer e quando.

No final da sessão, haverá espaço para os especialistas responderem às questões e dúvidas que a assistência (doentes, cuidadores e público em geral) colocar ao longo da sessão.

Ação de Educação para a saúde na Biblioteca Municipal de Celorico da Beira

A Palestra VAMOS FALAR SOBRE… é o título da Ação de Educação para a saúde subordinada ao tema “Cancro do Pulmão” que decorrerá no próximo dia 6 de outubro, pelas 15h00, na Biblioteca Municipal de Celorico da Beira.

Organizada pelo grupo de voluntariado comunitário de Celorico da Beira da LPCC e dinamizada pelo Dr. Luís Ferreira, diretor do serviço de pneumologia da ULS Guarda.

Fornos de Algodres mantém adesão ao programa abem

Em 2024, a Câmara Municipal de Fornos de Algodres continua a reafirmar o seu compromisso com a solidariedade e a saúde da nossa comunidade. Graças ao programa abem:, 120 pessoas tiveram acesso a medicamentos essenciais, melhorando a sua qualidade de vida de forma digna e segura.
Através da parceria com a Associação Dignitude, conseguimos apoiar 58 famílias, garantindo que ninguém fique para trás. Em Portugal, 1 em cada 10 cidadãos enfrenta dificuldades para adquirir os medicamentos necessários. O programa abem: é uma resposta a esta realidade, permitindo que aqueles que mais precisam tenham acesso à saúde.
Agradece o Municipio, a todos os que contribuíram para este projeto, salientando que: ” juntos, fazemos a diferença! Continuaremos a trabalhar para que possamos ampliar ainda mais este apoio”.

Artigo de Luís Miguel Condeço–Urge urgências

 

 

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

 

As notícias das últimas semanas têm deixado mães e pais assustados, por isso tentei perceber o que de facto significa uma urgência, mas a busca pelo étimo latino deixou-me ainda mais baralhado. Contudo, alguns famosos dicionários definem urgência como algo que é urgente (!), ou uma situação de urgência ou de emergência, ou ainda uma ação indispensável e imprescindível.

Na última segunda-feira do mês de agosto, em Portugal Continental tínhamos várias urgências, ou melhor, serviços de atendimento de pessoas com situações de doença urgente ou emergente, que se encontravam encerrados (sem resposta) ou com condicionamentos (horário reduzidos ou com necessário encaminhamento). Para as pessoas adultos que necessitavam de uma Urgência Geral, 4 destes serviços estavam condicionados. Para as mulheres grávidas que necessitavam de observação em contexto hospitalar, tinham 3 serviços encerrados e 6 condicionados. Já as crianças e adolescentes não poderiam recorrer a um dos serviços continentais (encerrado), mas poderiam fazê-lo com alguma dificuldade a 10 deles que estavam condicionados. Perspetiva assustadora!

No ano em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) comemora os seus 45 anos de existência (já no próximo dia 15 de setembro), ao longo dos quais sempre procurou “de forma articulada e sob direcção unificada, gestão descentralizada e democrática, a prestação de cuidados de saúde globais a toda a população”, estarão os cuidados de saúde hospitalares a ficar à margem deste ideal plasmado na Lei de Bases da Saúde?

Na última década o desgaste e falta de investimento no SNS, tem sido notório mesmo para o mais distraído dos portugueses. A baixa taxa de enfermeiros per capita (segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), os milhares de cidadãos sem médico de família, a difícil redução das listas de espera cirúrgica (apesar das inúmeras cirúrgicas a pessoas com doença oncológica nos últimos meses), as precárias condições de trabalho e a fraca atratividade do setor público da saúde, tem provocado uma “migração” massiva para o setor privado.

Nos distritos do interior do “nosso” território, as unidades hospitalares privadas têm-se disseminado e crescido, quer em colaboradores como nas valências disponibilizadas aos “seus” clientes, é a economia em “tempo real” – a procura faz aumentar a oferta.

Há 45 anos, António Arnaut “sonhava” com um SNS aberto a todos e para todos, tendencialmente gratuito, que prestasse cuidados de saúde globais e ajustados a cada população e comunidade. Mas o paradigma tem mudado. Resta saber se os nossos concidadãos, parcos de recursos económicos, conseguem satisfazer as suas necessidades em cuidados de saúde.

Acredito que para a governação da tutela (da saúde), não se avistam bonanças, apenas longos meses de tempestade, com um início de inverno semelhante ao do ano passado (com greves, recusas a mais horas extraordinárias e o aumento exponencial de episódios de urgência, como é costume nesta época sazonal).

Para os menos informados, recomenda-se uma visita ao portal da internet do SNS quando necessário (e espera-se que seja pontual), para conhecerem o panorama da oferta de unidades de saúde/atendimento às situações de saúde urgentes.

Na última segunda-feira do mês de agosto, as populações das terras de D. Sancho I e de Viriato encontraram os seus serviços da saúde abertos e disponíveis, apesar das extremas dificuldades laborais que os profissionais do SNS têm vindo a superar. No futuro, se verá.