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Saúde

Artigo de Opinião de Luís Miguel Condeço—–O futuro dos nossos sorrisos!

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

 

Nas últimas décadas, podemos afirmar que a saúde oral das crianças e adolescentes portugueses tem melhorado, muito por força das campanhas de sensibilização e programas de prevenção. Os dados mais recentes continuam a evidenciar desafios significativos, sobretudo no que diz respeito à elevada prevalência de cáries dentárias na infância e à disparidade no acesso aos cuidados de saúde oral. Apesar dos esforços do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (2021-2025) da Direção-Geral da Saúde, muitos jovens ainda enfrentam dificuldades no acesso a cuidados médico-dentários, o que compromete por si só, o seu bem-estar e a qualidade de vida.

O problema persistente é – a cárie dentária, que continua a ser a doença crónica mais prevalente na infância, com impacto significativo na saúde geral das crianças. A Organização Mundial da Saúde revelava em 2019, que cerca de 514 milhões de crianças em todo o mundo tinham cáries dentárias em dentes decíduos (ou “de leite”). Em Portugal, os dados do terceiro Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais (apresentados em 2017), indicavam que 45% das crianças portuguesas tinham cáries dentárias. Embora o número tenha vindo a diminuir desde a implementação do cheque-dentista, estas, continuam a ser uma realidade preocupante, especialmente entre as crianças mais novas.

Em 2023, a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária realizou um inquérito a nível nacional, no qual 13% dos pais portugueses afirmaram que os seus filhos tiveram problemas dentários devido a maus hábitos de higiene oral. A situação agrava-se entre crianças de contextos socioeconómicos mais vulneráveis, onde o acesso regular a consultas de medicina dentária é menos frequente, além das desigualdades regionais também serem um entrave na equidade do acesso aos cuidados de saúde oral.

A DGS e o seu programa nacional (PNPSO 2021-2025), introduziram importantes medidas para reforçar a prevenção e o tratamento das doenças orais em Portugal. Este programa abrange crianças e adolescentes (até aos 18 anos), bem como grávidas e pessoas de outros grupos vulneráveis, promovendo a literacia em saúde oral, a aplicação de flúor, a selagem de fissuras dentárias e o acesso a consultas de higiene oral e medicina dentária, através do cheque-dentista. Contudo, a implementação do programa tem enfrentado alguns desafios, como a falta de adesão por parte de algumas famílias ou a insuficiência de profissionais de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Nem só o acesso aos cuidados médico-dentários, é fundamental para a prevenção das doenças orais, também, a educação para a saúde oral desempenha um papel preventivo por excelência. A promoção de bons hábitos desde a infância, como a escovagem dos dentes duas vezes por dia com dentífrico fluoretado, a redução do consumo de açúcares e a realização de consultas regulares de medicina dentária, são essenciais para garantir uma boa saúde oral ao longo da vida.

O impacto na alteração da saúde oral, vai muito além da boca, descrevendo vários estudos que, crianças e adolescentes com problemas dentários têm maior probabilidade de sentir dor crónica, dificuldades na alimentação, distúrbios do sono e menor rendimento escolar. Em 2023, um estudo publicado na prestigiada revista científica Pediatric Dentistry Journal, evidenciou que crianças com cáries não tratadas apresentavam um desempenho académico inferior, às crianças com uma boa saúde oral.

Portugal tem dado passos importantes na promoção da saúde oral infantil, mas ainda há um longo caminho a percorrer. É essencial reforçar:

  1. Alargamento do cheque-dentista, para inclusão precoce de crianças com dentes decíduos;
  2. Presença de especialistas em medicina dentária no SNS e outros profissionais habilitados para a vigilância da saúde oral das crianças e adolescentes;
  3. Investimento na literacia em saúde oral, através de campanhas educativas que envolvam os pais, os professores, e claro, as crianças e adolescentes, promovendo hábitos alimentares saudáveis e de higiene oral;
  4. Atenção ao impacto das desigualdades socioeconómicas, apoiando as famílias com menos recursos económicos na consecução dos cuidados dentários expectáveis.

Se cuidarmos da saúde oral das “nossas” crianças e adolescentes, construímos um futuro sorridente, no entanto, as famílias, as escolas e os profissionais de saúde devem unir esforços para garantir que todas as crianças tenham um sorriso saudável. Pois mais não é, do que o indicador de um corpo saudável e de uma sociedade mais justa e equilibrada.

 

“A endometriose causa dor incapacitante e destrói sonhos”

Cuidados de saúde integrados para controlar sintomas, devolver qualidade de vida e garantir a preservação da fertilidade são os principais objetivos da “EndoMarcha”. A caminhada, marcada para o próximo dia 29, em Lisboa, pretende juntar centenas de mulheres em torno da endometriose, uma doença crónica e incapacitante, que afeta cerca de 350 mil mulheres, uma em cada 10 em idade reprodutiva.

“A endometriose é uma condição devastadora marcada por dois aspetos cruéis: a dor crónica, que pode ser incapacitante, ao ponto de impedir a mulher de trabalhar, e o risco de infertilidade, que ameaça o sonho da maternidade. O diagnóstico deve ser, por isso, atempado e exige um acompanhamento médico integrado, para tratar a dor física e emocional e, ao mesmo tempo, não destruir sonhos, como o de ter uma família”, sublinha a Dra. Catarina Marques, ginecologista do IVI Lisboa.

A necessidade de cuidados diferenciados
Apesar de terem sido alcançadas algumas conquistas, como a justificação de faltas para quem sofre de endometriose, muitas mulheres continuam a enfrentar dificuldades no acesso a cuidados de saúde integrados. Susana Fonseca, presidente da MulherEndo – Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, defende um “acompanhamento digno e adequado nos hospitais, com uma equipa multidisciplinar que integre especialistas em nutrição, psicologia, fisioterapia do pavimento pélvico, entre outras valências, para controlar sintomas e devolver qualidade de vida às mulheres”.

A Dra. Catarina Marques reforça a importância de um diagnóstico precoce e de um plano de tratamento personalizado: “O diagnóstico muitas vezes é tardio, podendo ultrapassar os 10 anos. Durante esse tempo, a mulher enfrenta dores severas e um impacto emocional profundo”.

A endometriose não tem cura, mas pode ser tratada, para melhorar a qualidade de vida da mulher, prevenir a progressão da doença e preservar a fertilidade. “As opções incluem desde terapias hormonais até intervenções cirúrgicas complexas, como a laparoscopia para remoção de lesões endometriais. Nos casos em que se verifica dificuldade para engravidar, o recurso a técnicas de procriação medicamente assistida torna-se numa alternativa eficaz. Para isso, é fundamental diagnosticar a doença o mais cedo possível, uma vez que a idade da mulher é um fator determinante para uma gravidez, com ou sem ajuda médica”, sublinha a médica.

A dor não deve ser normalizada

Dor menstrual, dor na relação sexual, dor ao evacuar ou ao urinar são os principais sintomas da endometriose, mas podem existir outras dores associadas, como a abdominal ou torácica. Cada doente apresenta sintomas diferentes e níveis distintos de dor. Esta dor pode estar relacionada ou não com a menstruação, mas também podem existir sintomas gastrointestinais ou urinários se o tecido endometrial invadir o intestino ou a bexiga.

“Estas dores não devem ser normalizadas. Dores menstruais lancinantes não são normais. Esta normalização da dor, associada ao facto de estas mesmas dores se poderem manifestar noutras zonas do corpo, explicam que haja um atraso enorme no correto diagnóstico”, remata a Dra. Catarina Marques.

Calendário da Marcha
29 de Março – Sábado
Parque das Nações, Junto ao Pavilhão de Portugal
Levantamento de Kits de oferta: 11h00 às 14h00 – Tenda da MulherEndo
14h00 – Início dos discursos no palco
15h00 – Início da marcha
16h00 – Fim da marcha junto ao palco
16h30 – Encerramento

Para facilitar a logística e entrega dos kits, faça a sua inscrição aqui até à data da marcha.

Nova edição do Curso “Sexualidade, Fertilidade e Cancro” realiza-se em maio

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC.LPCC) promove mais uma edição do curso “Sexualidade, Fertilidade e Cancro”, dirigido a profissionais de saúde. A ação de formação decorre nos dias 20 e 27 de maio, em formato presencial, em Coimbra.

Um conjunto de especialistas irá refletir e debater o comportamento e disfunção sexual em doentes oncológicos, além de outras matérias relacionadas com a fertilidade, na nova edição do curso “Sexualidade, Fertilidade e Cancro”, promovido pelo NRC.LPCC.

O cancro e seus tratamentos podem resultar num impacto psicossocial significativo para o doente e sua família. Uma comorbilidade psiquiátrica, crise espiritual, mudança na rotina diária e estilo de vida e alterações nas relações familiares e sociais podem ocorrer ao longo do curso da doença, sendo a qualidade de vida uma das áreas mais afetadas pelo cancro, incluindo o funcionamento sexual. Tanto o diagnóstico como o tratamento do cancro podem aumentar o risco de infertilidade e conduzir a dificuldades ao nível da intimidade e sexualidade, com repercussões físicas e psicológicas. A perda de desejo sexual, disfunção erétil e dor durante o ato sexual são os problemas mais comuns em doentes oncológicos. Adicionalmente, e a par de uma possível infertilidade temporária ou permanente, podem contribuir para um exacerbar do distress emocional do doente.

Com as 13 horas de formação no âmbito do Curso “Sexualidade, Fertilidade e Cancro”, o NRC.LPCC proporcionará aos profissionais de saúde: a aquisição e/ou aprofundamento de conhecimentos na área da sexualidade e fertilidade de doentes oncológicos; conhecerem as diversas formas de intervenção dirigidas às dificuldades sexuais do doente oncológico e de preservação da fertilidade; melhorarem a prática profissional no âmbito dos compromissos sexuais e ao nível da fertilidade que podem acompanhar a experiência da doença oncológica.

A ação conta com o Patrocínio Científico da Sociedade Portuguesa de Oncologia, do Centro de Preservação da Fertilidade (ULSC) e da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução.

O Curso decorre na sede da Instituição em Coimbra (Celas), com participação gratuita, mas inscrição prévia obrigatória através do preenchimento do Formulário em www.ligacontracancro.pt/cursofertilidade. Na mesma página encontra-se o Programa e Formadores deste Curso. As vagas são limitadas (30).

Nelas – Obras de requalificação das Unidades Familiares de Saúde arrancaram

Depois de se ter iniciado a empreitada no Centro de Saúde de Nelas/Unidade de Saúde Familiar Estrela do Dão, no dia 6 de fevereiro, arrancaram no dia 10 de março, as obras de requalificação da Unidade de Saúde Familiar Coração da Beira, de Canas de Senhorim. Para o efeito está a ser colocado um contentor onde irá funcionar provisoriamente esta unidade de saúde de cuidados primários.
A requalificação das duas unidades de saúde, Centro de Saúde de Nelas e USF de Canas de Senhorim resultam de uma candidatura formalizada em 2023 pelo Município ao Programa “Requalificar ou adaptar edifícios para aumentar a eficiência energética, cumprir planos de contingência e/ou assegurar a acessibilidade, a segurança e o conforto dos utentes e profissionais”, no âmbito do PRR.
Um investimento total de cerca de 3.8 milhões de euros (3.5 milhões mais IVA).
Obras há muito esperadas e que finalmente se tornam uma realidade.

Unidade de Saúde Familiar (USF) Lameirinhas inicia dia 1 de março

A Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG) continua a crescer e a reforçar a sua rede de cuidados de saúde primários. A partir do próximo dia 1 de março, entra em funcionamento a Unidade de Saúde Familiar (USF) Lameirinhas, que ficará instalada no Centro de Saúde da Guarda.
Com esta reorganização, a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) da Guarda passará a estar sediada no Pólo de São Miguel (Guarda – Gare). O doente mantém o seu médico de família independentemente da localização e da Unidade a que pertence. A escolha do local só será possível se houver mudança de médico de família, que por sua vez, dependerá da disponibilidade do mesmo em receber os utentes.
A UCSP da Guarda será coordenadora pela Médica Dra. Adriana Gonçalves. Da sua equipa fazem parte 6 médicos, 8 enfermeiros, 6 assistentes técnicos, 4 assistentes operacionais e ainda 2 médicos internos.
A USF Lameirinhas será coordenada pelo Médico Dr. João Pedro Silva, que conta com 5 médicos, 5 enfermeiros, 4 assistentes técnicos, 5 auxiliares e ainda 2 médicos internos.
A USF Lameirinhas junta-se assim às já existentes: USF A Ribeirinha, USF Mimar Meda e USF CBA, fortalecendo a oferta de cuidados de saúde na região.

Nelas assinala Dia Mundial das Doenças Raras

O Município de Nelas aderiu à campanha com a decoração do Edifício da Câmara que se vai iluminar de rosa, verde e azul, as cores que traduzem o simbolismo associado ao Dia Mundial das Doenças Raras.

As comemorações do Dia Mundial das Doenças Raras, que têm como objetivo aumentar a consciência sobre as doenças raras e melhorar o acesso ao tratamento e à assistência médica, contemplam um conjunto de iniciativas a nível nacional, organizadas pela RD-Portugal – União das Associações das Doenças Raras.

A RD-Portugal apela também a todos os cidadãos que no dia 28 de fevereiro iluminem as suas casas e escritórios com uma destas três cores e partilhem o apoio à campanha nas redes sociais da associação.

Para mais informações sobre a RD-Portugal, pode consultar:
https://raras.pt/
https://www.facebook.com/raras.pt

Artigo de Luís Miguel Condeço—(Neuro)Diferentes

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

Hoje muitos se questionam sobre o perfil neurológico e cognitivo de alguns líderes mundiais, que enchem continuamente a nossa comunicação social com expressões, afirmações ou insinuações, que testam a forma como vemos o mundo.

A diferença das capacidades neurocognitivas sempre existiu, basta comparar personalidade como Platão e Mozart, ou Gengis Khan e Cervantes. E será porventura, aquilo que mais nos diferencia e nos torna seres únicos.

A Ciência atribui à maioria dos seres humanos, o que se designa por neurotípico, ou a pessoa que apresenta um desenvolvimento neurológico esperado e um padrão cognitivo que “encaixa” no que consideramos normal. Mas nem todos são enquadráveis neste “rótulo”, por isso se designam como neurodivergentes.

As crianças neurodivergentes, podem apresentar diferenças em várias áreas do desenvolvimento, como a cognição, a linguagem, a socialização e o comportamento, conhecendo-se como exemplos destas condições, as perturbações do espetro do autismo, o défice de atenção e hiperatividade, a dislexia, entre outras. Esta classificação não reflete uma deficiência, mas sim uma diversidade de funcionamento cerebral (dificuldades na interpretação de sinais sociais, interesses restritos, padrões de comportamento repetitivos ou uma sensibilidade sensorial elevada), que deve ser compreendido e valorizado no contexto educativo e social.

Inserida na perturbação do espetro do autismo, desde 2013 e após a publicação da 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a Síndrome de Asperger é caracterizada por especificidades marcantes que desafiam e enriquecem a compreensão sobre o desenvolvimento infantil.

Descrita pela primeira vez em 1944, pelo pediatra austríaco Hans Asperger, que observou um grupo de crianças com comportamentos sociais diferentes, dificuldades de comunicação não verbal e interesses restritivos, a Síndrome de Asperger está presente em crianças com inteligência normal ou acima da média, apesar das dificuldades na compreensão e interação com o mundo que as rodeia.

As causas associadas a esta neurodivergência, ainda não estão bem esclarecidas, apesar de a comunidade científica aceitar que se deve a um conjunto de fatores neurobiológicos que afetam o desenvolvimento cerebral.

O diagnóstico desta perturbação é conseguido pelo esforço de uma equipa multidisciplinar, que procura identificar alterações, “dificuldades” ou descoordenações relativamente às competências comunicacionais, comportamentais, e de interação social, para que a intervenção seja o mais precocemente possível, favorecendo a evolução do quadro clínico e promovendo as potencialidades de cada criança. Não devemos, pois descurar os sinais de alerta: atraso significativo na linguagem, dificuldades no relacionamento com outras crianças, obsessão por determinados temas ou comportamentos repetitivos, dificuldade em expressar emoções, baixo nível de tolerância à frustração, e sensibilidade a ruídos, cheiros ou luzes.

Todos os anos, no dia 18 de fevereiro, várias instituições e organizações não governamentais evocam o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, procurando sensibilizar a sociedade civil e instituições com poder de decisão, para a necessidade de investir mais nestas crianças e jovens.

É essencial garantir o bem-estar da família e o desenvolvimento da criança, apoiando-os na educação/literacia sobre a sua condição (desmistificando o “ser neurodivergente” e como isso influencia o comportamento e as necessidades da criança), nas estratégias para gerir o comportamento (ensinar técnicas sobre como lidar com situações desafiantes, crises ou resistência a mudanças), na divulgação de redes de suporte (encaminhar para grupos de apoio, reduzindo a impotência e o isolamento), e na promoção de planos de intervenção personalizados (colaborar com terapeutas e demais técnicos).

O Estado, deve investir na formação de técnicos (essencialmente profissionais de saúde) e na criação de centros de avaliação e intervenção precoce; deve garantir a educação inclusiva, provendo a escola de um ambiente acessível e acolhedor; deve disponibilizar terapias, dispositivos e benefícios fiscais, por forma a colmatar algumas das necessidades destas famílias; e por fim, implementar campanhas de sensibilização para a neurodiversidade, reduzindo o estigma e o preconceito enraizado na sociedade.

As crianças neurodivergentes enriquecem a diversidade humana e desafiam a sociedade a criar estruturas mais inclusivas e compreensivas. A Síndrome de Asperger, com as suas especificidades únicas, é um exemplo poderoso de como a neurodiversidade exige um olhar atento, empático e inclusivo.

Artigo de Sara Morais—Aprendizagem – Hipnose Clínica

A aprendizagem e a Hipnose Clínica andam de mãos dadas de várias maneiras, uma vez que a hipnose pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar no processo de aprendizagem, no desenvolvimento de novas habilidades e na superação de dificuldades cognitivas ou emocionais que possam, de alguma forma, interferir nesse processo.

Um dos grandes desafios da aprendizagem é, sem dúvida, a concentração e o foco. A Hipnose é uma ferramenta fundamental para melhorar estas duas premissas. A própria alteração de estado de consciência é caracterizado por uma intensa concentração, foco e relaxamento induzido pelo profissional, o que possibilita ao leitor a mudança das ondas cerebrais para um padrão mais organizado, como por exemplo: as ondas alfa (associadas ao relaxamento e foco) ou beta (associadas a um estado de alerta e atenção); o que por sua vez, estimulam a libertação de substâncias como a dopamina e norepinefrina que vão, consequentemente, aumentar a atividade cerebral no Córtex pré-frontal o que permite o exercício de tomada de decisões, planeamento e controle executivo. Isto, possibilita desempenhar um papel central na concentração ao filtrar as distrações e a manter o foco na tarefa que é essencial em todos e, quaisquer, ambientes de aprendizagem, onde a atenção plena é crucial para absorver, processar e armazenar novas informações.

Contudo, a ansiedade pode irromper como um obstáculo à concentração e foco e, como resultado, contribuir para o insucesso escolar / profissional. Porém, a Hipnose Clínica pode influenciar positivamente a fisiologia da ansiedade de diversas maneiras: ajudando a reequilibrar os sistemas orgânicos e promover um estado de relaxamento e controlo emocional. Durante o processo de hipnose é ativado o sistema nervoso parassimpático, o que reduz a resposta de “luta e fuga” tão característica da ansiedade. É, também, diminuída a frequência cardíaca, a pressão arterial e promovida uma respiração mais lenta e profunda o que reduz os sintomas físicos da ansiedade, como a taquicardia, a hiperventilação e a tensão muscular. Neste alinhamento, existe uma diminuição da produção do cortisol – a hormona do stress – o que favorece um ambiente físico mais calmo e equilibrado.

Ainda, durante a hipnose, o leitor pode ser orientado pelo profissional a explorar e reprogramar os padrões de pensamento que alimentam a ansiedade. O terapeuta pode sugerir maneiras de interpretar situações de grande agitação de forma mais realista e menos ameaçadora, o que reduz a ativação emocional negativa. Esta forma de reestruturação desenvolve respostas mais equilibradas e menos ansiosas. Desta forma, a Hipnose Clínica pode ajudar a reduzir a ansiedade associada às várias situações de aprendizagem, como exames ou apresentações, criando um estado de calma e confiança.

A par destas intervenções na aprendizagem a Hipnose Clínica tem, também, um papel preponderante no que diz respeito às dificuldades emocionais que podem intervir no processo de aquisição de conhecimentos. Por vezes, as pessoas têm crenças limitantes sobre a sua capacidade de aprender ou de se desenvolver em certas áreas. A hipnose pode ajudar a identificar e a mudar essas crenças, permitindo que o leitor possa desenvolver um padrão mental de crescimento e produtividade. Por outro lado, o leitor poderá apresentar dificuldades na aprendizagem por estar relacionado a um bloqueio emocional. Neste enquadramento, a hipnose clínica ajuda aceder a essas memórias e experiências traumáticas passadas e a resolver as mesmas para que possa usufruir da sua capacidade de aprender de maneira eficiente.

Em conclusão, a Hipnose Clínica pode ser uma ferramenta valiosa no processo de aprendizagem, ajudando a melhorar o foco, a reduzir a ansiedade, a incrementar a memória, e a superar os bloqueios emocionais que possam interferir na aquisição de novos conhecimentos e habilidades.

No próximo artigo poderá verificar mais sobre o papel da Hipnose na relação intrapessoal.

 

Sara Morais

Hipnoterapeuta

 

Hospital São Mateus – Guarda vai ser construído na cidade mais alta

Foi anunciado, pelo presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, na última reunião do executivo que um operador venceu a hasta pública para compra de um terreno junto ao Parque Industrial para construir um hospital privado. O investimento de 25 milhões de euros visa construir o Hospital São Mateus – Guarda, dotado de todas as valências e especialidades, incluindo internamento, bloco operatório, análises clínicas e exames de diagnóstico. O projeto, a desenvolver numa área de 10 mil metros quadrados, prevê a criação de cerca de 200 postos de trabalho. A unidade de saúde pretende servir toda a Beira Interior com epicentro na Guarda.

Figueira Cast.Rodrigo – Reunião entre Presidente da Câmara e Conselho de Administração da ULS da Guarda

Teve lugar, uma reunião entre o Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso,  com o Conselho de Administração da ULS da Guarda, que iniciou funções no final do ano passado, com o objetivo principal de debater o problema da falta de médicos de família e de recursos humanos nesta Unidade de Cuidados de Saúde.
Para além da urgência em dotar o Centro de Saúde de meios humanos capazes de garantir uma resposta adequada às necessidades da população, foi debatida a criação de respostas e mecanismos públicos, em sinergia e ambiente colaborativo, para que se possam atrair mais profissionais da área da saúde para o nosso território.

Foto:MFCR