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Religião

Avisos e Liturgia do XXIX Domingo do TEMPO COMUM – ano C

A FONTE DA ORAÇÃO BROTA DA PALAVRA DE DEUS

As leituras deste Domingo são um convite a nunca perder a esperança na nossa caminhada como cristãos. Jesus, que está a instruir os seus discípulos a caminho de Jerusalém, quer ensinar-lhes a importância da oração perseverante. E fá-lo com esta parábola, que explica o contraste entre um juiz sem escrúpulos e uma viúva que lhe pede justiça; a insistência constante da viúva irá provocar uma reacção favorável deste homem injusto. Jesus sublinha que é a insistência desta mulher, e não tanto o desejo de fazer justiça do juiz, que fará que ela alcance os seus objectivos. Com esta parábola, Jesus quer encorajar os seus discípulos, e a nós hoje, a não enfraquecer a sua confiança em Deus. Muitas vezes as dificuldades que encontramos na vida – fracassos, doenças, adversidades de todos os tipos – podem provocar em nós um profundo sentimento de desânimo, tristeza, angústia. Se um juiz injusto é capaz de ouvir o grito de uma pobre viúva, como podemos duvidar que Deus não esteja perto do nosso sofrimento pessoal? Como podemos pensar que Deus, nosso Pai, não ouve, dia e noite, o nosso grito de angústia? Os discípulos foram testemunhas de que a oração era o centro de toda a vida e missão de Jesus. Nos principais momentos da vida de Jesus, a oração está presente: no seu baptismo no Jordão, diz-se que “estando em oração, o Céu rasgou-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele, como uma pomba. E do Céu veio uma voz: Tu és o meu Filho muito amado”; na sua morte, antes de expirar na cruz, diz uma oração: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Também sabemos que Jesus ia, assiduamente, a lugares isolados para rezar; especialmente quando tinha de tomar uma decisão importante na sua missão. Este testemunho constante da oração de Jesus será tão importante para os discípulos que lhe pedirão que lhes ensine uma oração, e Jesus lhes ensinará o Pai-Nosso. Hoje, dois mil anos depois, podemos também contemplar Jesus como mestre de oração para todos nós; e podemos pedir ao Pai para nunca perdermos a confiança nele; que faça crescer em nós as virtudes da perseverança diante das adversidades e da fidelidade à sua mensagem, pois são elas que alimentam a confiança. E perante os problemas do mundo e dos nossos irmãos e irmãs, não podemos esquecer que somos todos responsáveis por enfrentar juntos estas situações. Assim como Moisés na colina de Refidin rezou diante de uma batalha (1ª leitura), hoje somos convidados a travar o combate pela justiça num mundo cheio de leis injustas. A construção do Reino de Deus, que Jesus iniciou e pela qual deu a sua vida na cruz, não pode depender apenas da acção divina, mas também da nossa conduta diária, como cristãos. O grito dos irmãos e irmãs que sofrem, não só deve ser ouvido por Deus, como também deve chegar até nós, e temos de ter a coragem e o compromisso de lhes oferecer uma resposta eficaz. Estejamos cientes de que a esperança de muitos dos nossos irmãos pode depender desta resposta. As leituras de hoje convidam-nos, também, a valorizar a oração comunitária, que é uma fonte de unidade e comunhão, especialmente na Eucaristia; como também a oração comunitária feita pela família em sua casa, onde os pais ensinam as crianças a rezar; a oração que fazemos no início ou no fim de cada encontro de catequese; a presença constante da oração nas várias actividades que decorrem na paróquia; a oração que os visitadores dos doentes fazem com eles nas suas casas. Finalmente, a leitura da segunda carta a Timóteo fala-nos da importância do conhecimento e do uso da Palavra de Deus na comunidade cristã, que “é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras”. São Jerónimo dizia que “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”. Procuremos, portanto, que o nosso conhecimento de Cristo esteja bem fundamentado na leitura da sua Palavra.

19-10-2025

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Leitura Espiritual

Rezar sempre sem desfalecer

Gostar de rezar. Sente muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração dilata o coração, a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus, que é Ele próprio. Pede, procura, e o teu coração alargar-se-á para O receber e O guardar como seu bem. Desejamos tanto rezar bem, e depois não conseguimos; então perdemos a coragem e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Cristo, que é oração perpétua. Ajudemo-nos uns aos outros com a oração. Libertemos o espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Quem quiser ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar. (Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, «Não há amor maior»).

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Padre Carlos Casal e o Padre Jorge Carvalhal mantém funções de Vigário Geral e Vigário Geral Adjunto

Padre Carlos Casal e o Padre Jorge Carvalhal, que assumiram nos últimos cinco anos as funções de Vigário Geral e Vigário Geral Adjunto, respetivamente, tomaram hoje posse para um novo mandato de cinco anos.
A posse foi dada hoje à tarde, na Casa Episcopal, pelo Bispo da Diocese de Viseu, D. António Luciano, com a presença do Chanceler da Cúria, Padre Alcides Vilarinho, e de mais dois membros da Cúria.
Os vigários nomeados assumiram o compromisso, com a respetiva profissão de fé e juramento de fidelidade.
O Bispo agradeceu aos sacerdotes o trabalho realizado no mandato anterior e desejou-lhes as maiores bênçãos no exercício do seu ministério, em prol do maior bem da Diocese de Viseu e do povo de Deus que lhe está confiado.

Foto:DR

Avisos e Liturgia do XXVIII Domingo do TEMPO COMUM – ano C

A FÉ TEM FRUTOS QUE SE PROLONGAM NO TEMPO E QUE REQUEREM A PACIÊNCIA DO CAMINHO

 

Jesus continua a caminhar para Jerusalém com os seus discípulos. A certa altura, dez homens vão ao encontro de Jesus e, de longe, imploram ajuda: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”. São leprosos. No tempo de Jesus, a lepra era mais do que apenas uma doença grave e contagiosa; implicava a exclusão social dos doentes e, além disso, era um sinal de castigo divino. O leproso era um homem doente, um marginalizado, um maldito de Deus; ou seja, alguém que não era digno da compaixão de ninguém. Mas, não é assim que Jesus olha para os dez homens que pedem a sua ajuda. Jesus considera-os filhos de Deus, irmãos e irmãs e, portanto, dignos de receber a misericórdia do Pai. Jesus ouve e acolhe o grito destes homens, lançado a partir da sua miséria, mas pede-lhes que façam um acto de fé nele e que se apresentem aos sacerdotes, como está prescrito pela Lei de Moisés. Era o sacerdote que tinha de certificar a cura e diligenciar a reinserção social do restabelecido. E aqueles homens, que depositaram a sua confiança em Jesus e que se puseram a caminho, são curados. Deus escutou as suas preces. Hoje, podemos sentir-nos identificados com estes dez leprosos, porque todos temos atitudes e pecados que nos tornam impuros aos olhos de Deus e que prejudicam a nossa relação com os outros. Reconhecer estas atitudes e pecados faz-nos conscientes da nossa pobreza diante de Deus. Façamos nosso o seu pedido de ajuda: “Jesus, tem compaixão de mim”. É uma oração que será sempre ouvida e acolhida. Se reconhecermos a nossa pobreza, tornamos possível a acção amorosa e gratuita de Deus em nós. E lembremo-nos que esta oração – “tem piedade de mim, Senhor” – está presente no início da Eucaristia por três vezes: “Senhor, tende piedade de nós”, “Cristo, tende piedade de nós”, “Senhor, tende piedade de nós”. Iniciamos sempre a celebração da Eucaristia reconhecendo a necessidade de sermos acolhidos, perdoados, amados por Aquele que “permanece fiel” (2ª leitura). Jesus curou estes dez leprosos de uma doença que lhes causa sofrimento, que os faz viver fora das cidades. Seguindo estritamente as instruções de Jesus, põem-se a caminho para obter o documento do sacerdote que certificará a sua cura. No entanto, um deles toma consciência de uma realidade mais profunda; percebeu que a sua cura não significa apenas a cura de uma doença, mas foi uma experiência da salvação amorosa e gratuita, oferecida por Deus; e tem necessidade de agradecer e de transformar esta gratidão em louvor; por isso, “voltou atrás” para ir ter com Jesus. “Era um samaritano”; ou seja, um irmão odiado e rejeitado que a história separou do tronco comum partilhado pelo resto dos judeus; de tal forma que se consideravam, mutuamente, como “estrangeiros”. Jesus fica sensibilizado com a atitude deste homem e reconhece nele a acção salvífica do Pai, que não faz distinções por origem ou nacionalidade, dizendo-lhe: “Levanta-te, e segue o teu caminho, a tua fé te salvou”. Tal como antes nos podíamos identificar com os dez leprosos que imploraram misericórdia, agora podemos identificar-nos muito mais com este leproso que agradece a Jesus e glorifica a Deus por ter experimentado a sua salvação. Pensemos naquilo que temos para dar glória a Deus: pelo dom da vida, por ter conhecido Jesus Cristo, por ter encontrado uma família na nossa comunidade cristã…. Certamente todos podem acrescentar as suas causas pessoais. Tenhamos a consciência do general sírio Naamã, na primeira leitura, e do salmista que canta ao Senhor “pelas maravilhas que Ele operou” e que afirma que “os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus”. Nós também experimentamos na vida a salvação do nosso Deus. Louvemos o Senhor pelas maravilhas que faz em nós e por todas as graças que nos concede.

 

12-10-2025

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Leitura Espiritual

A fé que purifica

 

Estes dez leprosos representam o conjunto dos pecadores. Quando Cristo Nosso Senhor veio ao mundo, todos os homens sofriam de lepra da alma, embora nem todos estivessem fisicamente doentes. Ora, a lepra da alma é bem pior que a do corpo. Mas vejamos a continuação: «Conservando-se a distância, disseram em alta voz: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”». Esses homens mantiveram-se a distância porque não ousavam, tendo em conta o seu estado, aproximar-se mais dele. O mesmo se passa connosco: enquanto permanecemos nos nossos pecados, mantemo-nos afastados. Para recuperarmos a saúde e nos curarmos da lepra dos nossos pecados, supliquemos com voz forte: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!». Porém, que esta súplica não nos saia da boca, mas do coração, porque o coração fala mais alto. A oração do coração penetra nos Céus e sobe até ao trono de Deus. (São Bruno de Segni (c. 1045-1123), bispo, Comentário sobre o Evangelho de Lucas, 2, 40; PL 165, 426-428).

 

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Unidade Pastoral das P.Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres.

De 12 a 19 de outubro de 2025

Avisos e Liturgia do XXVII Domingo do TEMPO COMUM – ano C

 

SER “SERVOS INÚTEIS”, NA HUMILDADE E GENEROSIDADE DE JESUS

 Jesus está a caminho de Jerusalém, e vai instruindo os discípulos. Nos versículos anteriores ao texto de Lucas que temos diante de nós neste Domingo, Jesus disse aos discípulos que devemos sempre perdoar o irmão que nos ofendeu: “Se o teu irmão te ofender, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes ao dia e sete vezes te vier dizer: ‘Arrependo-me’, perdoa-lhe”. É possível que este mandamento de Jesus tenha provocado uma reacção nos discípulos, especialmente naqueles que eram apóstolos, devido à dificuldade de o realizar. A partir daí, deve ter surgido uma oração, que poderá ser entendida como um pedido de ajuda ao Senhor: “Aumenta a nossa fé”. Certamente já fizemos esta experiência de nos sentirmos muito limitados no momento de pôr em prática os ensinamentos de Jesus: no seu amor generoso, na necessidade de perdoar aquele que nos ofendeu, na confiança em Deus Pai nos momentos difíceis, em dar a vida na rotina de cada dia… Por isso, está na hora de fazer o mesmo que os apóstolos: voltar o nosso olhar para o Senhor e confiar que ele pode sempre agir nos nossos corações para que sejamos mais fiéis ao Evangelho. Cada um de nós também deve dizer todos os dias: “Aumenta a nossa fé”. Não importa que esta fé seja pequena como a semente de mostarda, porque quem actua no nosso coração não é a nossa força de vontade, mas a graça de Deus; e Jesus diz-nos, com imagens tiradas da sabedoria oriental, que esta graça vai sempre para além do nosso olhar humano. Certamente, alguns pensaram que “isto não era possível”, quando ouviram a parábola da amoreira plantada no mar! Não coloquemos limites à acção de Deus no nosso mundo! Nesta altura do ano, estão a iniciar-se muitas actividades dirigidas a crianças e a jovens: a catequese, o ano escolar, os escuteiros…. Então, podemos ter presente o que Paulo diz a Timóteo: “Toma como norma as sãs palavras que me ouviste, segundo a fé e a caridade que temos em Jesus Cristo. Guarda a boa doutrina que nos foi confiada, com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós”. Deus confia-nos um grande tesouro que é a fé de muitas crianças e jovens das nossas paróquias: “Exorto-te a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos”. Nós, que temos a missão de ensinar e de acompanhar, somos convidados a reanimar a chama daqueles que nos foram confiados, apesar das dificuldades, e manter vivo o Espírito que nos foi dado, que não é de “timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação”. Esta recomendação de Paulo também se dirige às famílias, para que possam procurar reacender todos os dias a chama do amor mútuo e do amor pelas crianças, que são o tesouro que Deus lhes confiou. Finalmente, temos de pensar como pôr em prática este dom da fé que tem crescer todos os dias; como reacender constantemente a chama deste dom do Espírito que nos foi dado? Jesus responde-nos no Evangelho deste Domingo: no serviço generoso e desinteressado ao irmão. Mais uma vez, coloquemos o nosso olhar em Jesus: ele é o primeiro a dar o exemplo. Assim, quando os discípulos mostram um desejo de fama e prestígio e pedem para se sentarem à sua direita e à sua esquerda, Jesus diz-lhes: “quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo; e quem no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão”. Se o nosso Mestre e Senhor nos dá este exemplo, a nossa missão é servir os nossos irmãos. À nossa volta, temos muitos exemplos de serviço generoso e desinteressado: na família, no nosso local de trabalho, nos vários serviços da comunidade paroquial, ou de algumas instituições sociais. Agradeçamos a Deus por tantas pessoas que hoje ajudam os nossos irmãos e irmãs com a humildade e a generosidade que Jesus nos ensina, vivendo, assim, a fé que professam e celebram.

 

05-10-2025

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Leitura Espiritual

«Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer»

 

Sê sempre fiel nas pequenas coisas, pois é nelas que reside a nossa força. Para Deus, nada é pequeno. A seus olhos, nada tem pouco valor. Para Ele, todas as coisas são infinitas. Põe fidelidade nas coisas mais mínimas, não pela virtude que lhes é própria, mas por essa coisa maior que é a vontade de Deus – e que eu respeito infinitamente.

Não procures realizar acções espectaculares. Devemos renunciar deliberadamente ao desejo de contemplar o fruto do nosso labor, fazendo apenas o que podemos, o melhor que pudermos, e deixando o resto nas mãos de Deus. O que importa é a dádiva que fazes de ti mesmo, o grau de amor que pões em cada acção que realizas. Não te permitas perder a coragem perante os fracassos, se de facto deste o teu melhor. E recusa a glória sempre que fores bem-sucedido.

Oferece tudo a Deus com a mais profunda gratidão. Sentires-te abatido é um sinal de orgulho, que mostra quanto acreditas nas tuas forças. Deixa de te preocupar com o que as pessoas pensam. Sê humilde e coisa alguma te importunará. O Senhor ligou-me aqui, ao lugar onde estou; será Ele a desligar-me. (Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, «Não há amor maior»).

 

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Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

De 05 a 12 de Outubro

Paróquias de Fuinhas, Maceira, Muxagata, Sobral Pichorro e Figueiró da Granja.

Avisos e Liturgia do XXVI Domingo do TEMPO COMUM – ano C

A TEOLOGIA DA POBREZA: RICOS NA POBREZA DE DEUS

 

Neste Domingo, temos diante de nós a parábola do pobre Lázaro. O texto começa por introduzir os dois personagens principais, embora o pobre seja aquele que é descrito com mais pormenor: ele está numa situação desesperada, sem forças para se levantar; está deitado à porta do homem rico e come as migalhas que caem da sua mesa; tem o seu corpo cheio de chagas e os cães lambem-lhe as feridas. Esta situação é ainda mais dramática se considerarmos que o pobre homem se chama Lázaro: um nome que é um grito, um apelo à consciência do homem rico que vive indiferente ao seu infortúnio, uma vez que Lázaro significa “Deus ajuda”. Os pobres às portas dos ricos são um apelo para que os ricos se convertam e mudem as suas vidas. O primeiro convite que esta parábola nos faz é abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada um é um dom, seja o nosso vizinho ou um pobre estranho. Um pobre que fica à porta, à espera de compaixão, é um dom para nós e muito grande, porque os pobres estão no centro do Evangelho. Encontramos no Evangelho de Lucas um texto central e programático (Lc 4,14-21). É aquele em que Jesus vai à sinagoga de Nazaré, recebe o pergaminho do profeta Isaías, abre-o e lê a passagem de Isaías 61,1-2: “ O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu: enviou-me para levar a boa-nova aos que sofrem, para curar os desesperados, para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade aos prisioneiros”. Os pobres não são pessoas sem importância, é como o rico o vê, mas estão no centro da vida, no centro do Evangelho. Para o Papa Francisco, a base da “teologia da pobreza” está nisto: “a pobreza é o centro do Evangelho, tanto que se retirarmos a pobreza do Evangelho, nada da mensagem de Jesus seria entendida. Paulo, com o seu pensamento, apresenta o fundamento daquilo a que podemos chamar “a teologia da pobreza”: “Conheces a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, fez-se pobre, para nos enriquecer na sua pobreza”. “Ser pobre é deixar-se enriquecer pela pobreza de Cristo e não querer ser rico com riquezas que não são as de Cristo, ou seja, é fazer o que Cristo fez”. Porque a pobreza cristã significa “que eu dou do que preciso e não do supérfluo, mesmo do necessário, aos pobres, porque sei que eles me enriquecem”. E porque é que os pobres me enriquecem? “Porque Jesus disse que ele próprio está nos pobres” (Francisco, “Meditações Diárias”, 16 de Junho de 2015). O seu nome, Lázaro, também significa que, aqueles que são esquecidos por todos, Deus não os esquece: quem não vale nada aos olhos dos homens, é valioso aos olhos do Senhor. O texto mostra como a injustiça na terra é ultrapassada pela justiça divina: após a morte, Lázaro é recebido “no seio de Abraão”, isto é, em felicidade eterna, enquanto o homem rico acaba “no inferno, no meio dos tormentos”. A este respeito, outra pergunta que podemos fazer a nós mesmos é o destino dos ricos. Como se concilia o inferno com a misericórdia de Deus? A mesma pergunta é colocada por Dostoievsky no romance The Brothers Karamazov, que comenta esta parábola com este grande texto: “Meus pais, o que é o inferno? Acho que é como o sofrimento de não ser capaz de amar. A certa altura, num momento de espaço e tempo infinitos, um ser espiritual tem a possibilidade, através da sua aparência na Terra, de dizer a si mesmo: “Eu existo e amo”. Só por uma vez lhe foi concedido um momento de amor activo e vivo. Para tal, foi-lhe dada vida terreste, de tempo limitado. Bem, este ser feliz rejeitou o dom inestimável; não lhe deu ânimo nem olhou para ele com carinho: observou-o ironicamente e permaneceu insensível a ele. Este ser, quando deixa a terra, vê o seio de Abraão, conversa com ele, como vemos na parábola de Lázaro e do homem rico com um coração mau; contempla o paraíso e a possibilidade de se elevar para o Senhor. Mas é atormentado pela ideia de chegar sem ter amado, de entrar em contacto com aqueles que não amou, tendo-os desprezado” (Parte Dois, Livro VI, Capítulo 3). O inferno é o sofrimento de não ser capaz de amar. Vivamos neste mundo, sem desperdiçar o dom que recebemos. Vamos semear o amor e seremos recompensados com o melhor das colheitas.

 

28-09-2025

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Leitura Espiritual

Um pobre jazia junto do seu portão

 

Deus destinou a Terra, com tudo o que ela contém, a todos os homens e todos os povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a justiça, secundada pela caridade. Sejam quais forem as formas de propriedade, conforme as legítimas instituições dos povos e segundo as diferentes circunstâncias, deve-se atender sempre a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa esses bens não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de poderem beneficiar, não só a si, mas também aos outros. De resto, todos têm o direito de ter uma parte de bens suficiente para si e para a sua família. Assim pensaram os Padres e os Doutores da Igreja, que ensinaram que os homens têm obrigação de auxiliar os pobres, e não apenas com bens supérfluos. E quem se encontra em extrema necessidade tem o direito de tomar, dos bens dos outros, aquilo de que necessita. (Nota: Nestes casos, aplica-se o princípio: «Em momentos de necessidade extrema, todas as coisas são comuns, isto é, todas as coisas devem ser tornadas comuns»). É claro que, para a recta aplicação deste princípio, devem ser respeitadas todas as condições moralmente exigidas. Sendo tão numerosos os que no mundo padecem fome, o sagrado Concílio insiste com todos, indivíduos e autoridades, para que, recordados daquela palavra dos Padres – «alimenta quem tem fome, porque, se o não alimentaste, mataste-o» –, repartam realmente e distribuam os seus bens, procurando sobretudo prover esses indivíduos e povos dos auxílios que lhes permitam ajudar-se e desenvolver-se. (Concílio Vaticano II, Constituição sobre a Igreja no mundo actual, «Gaudium et Spes», 69).

 

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Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

Avisos de 28 de setembro a 05 de outubro.

Diocese de Viseu – Sacerdotes propuseram 16 aspirantes ao Diaconado Permanente

A Diocese de Viseu tem 16 aspirantes ao Diaconado Permanente, propostos pelos párocos ao Bispo D. Antonio Luciano, que serão acompanhados pelo responsável deste sector da pastoral, Padre António Jorge.

Reuniram no Seminário de Viseu o padre responsável pelo Diaconado, os párocos dos aspirantes e o Bispo, D. António Luciano, para em conjunto refletirem sobre a importância da missão dos diáconos na Diocese, ouvindo as motivações e anseios de cada sacerdote, tendo ainda sido dadas orientações sobre todas as etapas do processo de admissão, que começa com um tempo de discernimento.

Foi ainda apresentado o projeto formativo do Ano Propedêutico para os aspirantes ao Diaconado Permanente, que contempla as dimensões humana, espiritual, intelectual, e pastoral.

Na sua intervenção inicial, o Bispo reforçou que “a Igreja precisa deste ministério ordenado para estar presente no mundo com os leigos”, olhando para as necessidades das paróquias, comunidades e serviços.

Apontou a liderança da Igreja como um trabalho e necessidade que deve “envolver todos os cristãos”. “Este é um projeto que começa agora, que queremos ajudar a crescer e que chegará ao tempo em que os irmãos propostos serão ordenados no ministério do diaconado”, referiu o Prelado.

D. António Luciano pediu ainda aos sacerdotes presentes que, em simultâneo, trabalhem também o projeto das vocações ao ministério presbiteral, laical e à vida consagrada, “porque sem vocação comprometida não há Igreja dinâmica”.

O Padre António Jorge reforçou a importância do Diaconado Permanente para um bom funcionamento da Diocese e da Igreja. “Tendo em conta as responsabilidades e atividades assumidas atualmente pelos sacerdotes nas suas comunidades, os presbíteros têm necessidade de ter pessoas competentes e formadas que possam viver o espírito do serviço”, enalteceu o Padre António Jorge, adiantando que “se uma Igreja diocesana não tem diáconos permanentes significa que a sua diaconia está mal partilhada”.

Atualmente existem na Diocese de Viseu 13 diáconos permanentes. A formação de um diácono permanente é um processo sério e estruturado, que envolve preparação teológica, espiritual, pastoral e humana. É voltada para homens (casados ou celibatários) que se sentem chamados a servir a Igreja por meio do ministério diaconal. É um processo que envolve várias etapas, ficando concluído com a formação teológica-pastoral, que tem a duração de três anos.

Foto:DR

Município de Fornos de Algodres recebeu Prémio “Autarquia do Ano” – Grupo Mosqueteiros e Jornal ECO

Projeto “Resíduos Orgânicos com Valor” (recolha porta-a-porta de resíduos)

Teve lugar a entrega do Prémio “Autarquia do Ano” – organizado pelo Grupo Mosqueteiros e Jornal ECO , com o Município de Fornos de Algodres a ser distinguido pelo projeto “Resíduos Orgânicos com Valor” (recolha porta-a-porta de resíduos).
Na entrega deste prémio, esteve Bruno Costa (Chefe de Gabinete do Executivo) e referiu que :”Este prémio é dos Fornenses, que são um exemplo ao nível da consciencialização e boas práticas ambientais.
Mas não é um ponto de chegada, antes um ponto de partida que nos incentiva a fazer ainda mais e melhor. É por isso que temos como meta, no próximo mandato, alargar o projeto a todas as freguesias do concelho”.

Fotos:BC

Novos Cónegos na Diocese da Guarda

O Bispo da Guarda, D. José Pereira, publicou nesta terça-feira, dia 23 de setembro de 2025 um decreto de nomeações pastorais, com especial incidência no Colégio de Consultores e no Cabido da Sé Catedral.
No documento, o Prelado sublinha a importância deste órgão colegial, que coopera com o Bispo diocesano na missão de santificar e ensinar, promovendo também a formação litúrgica e teológica a partir da Catedral.
O Cabido da Sé é chamado a desempenhar um papel significativo no diálogo entre fé e cultura e no anúncio do Evangelho da Esperança à sociedade.
Por seu turno, o Colégio de Consultores, que coincide na Diocese da Guarda com o Cabido da Sé, é um importante órgão de colegialidade e comunhão com o Bispo na condução da ação pastoral.
Após o pedido de jubilação, por idade e saúde, do Rev.do Cónego Abel António Albino, o Colégio de Consultores encontrava-se em risco de não reunir o número mínimo de membros necessário para deliberar. Deste modo, tornava-se necessário regularizar a situação, garantindo a continuidade e vitalidade destes órgãos.
Assim, depois de consultado o Cabido, o Bispo da Guarda nomeou como Cónegos e membros do Colégio de Consultores: Pe. Francisco Pereira Barbeira, Pe. Henrique Manuel Rodrigues dos Santos e Pe. Joaquim Cardoso Pinheiro.
Com estas nomeações, D. José Miguel Barata Pereira reforça o dinamismo pastoral e a missão do Cabido e do Colégio de Consultores, sublinhando que este serviço não deve ser entendido como uma posição de privilégio, mas como uma verdadeira missão ao serviço da Diocese

Avisos e Liturgia do XXV Domingo do TEMPO COMUM – ano C

  1. a)       De vez em quando, aparecem vozes nos meios de comunicação social que falam das crenças das pessoas e como elas são vividas. Habitualmente, fala-se disto, valorizando a liberdade: cada um tem o direito de acreditar no que quiser, quer ao nível do pensamento, quer ao nível das crenças religiosas. Muitas vezes acontece que a expressão do pensamento ou das crenças religiosas fica no âmbito pessoal, porque não se adequa ou encaixa na expressão social. Esta maneira de pensar traz uma dificuldade: considerar a fé somente numa dimensão pessoal e social e que facilmente se enquadra num âmbito privado e com fronteiras delimitadas. Esta visão não é compatível com a nossa fé, porque, se é autêntica, queremos vivê-la em toda a sua plenitude, toca o mais profundo de cada pessoa e da sociedade, ou seja, todas as dimensões da vida da pessoa e da sociedade. A proposta do Evangelho é global e destina-se a todos. A liturgia deste domingo põe sobre a mesa o tema do dinheiro que tem uma dimensão social muito grande. Por exemplo, muitas notícias começam ou terminam tendo em conta o dinheiro já gasto ou a gastar, ou seja, é uma realidade complexa que tem evidentes repercussões pessoais e sociais. Ajudar os cristãos a reflectir e a ser conscientes de todas as dimensões da existência – tanto sociais como pessoais – e a importância que a fé tem nas mesmas, é uma tarefa muito importante e necessária neste contexto complexo actual.

  1. b)       A nossa vida está cheia de oportunidades e de opções em busca da plena realização e da felicidade. A dificuldade reside é saber optar bem, para além das simples aparências e das felicidades passageiras. A nossa sociedade não é muito diferente da do tempo de Jesus. Por isso, continuam a ser actuais e importantes as palavras de Jesus: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. A opção pela fé continua a ser um mistério: um mistério que nasce da relação entre a graça divina e a nossa livre vontade e decisão. A fé é uma oferta que recebemos continuamente de Deus: não provém das nossas prestações, nem das nossas capacidades, nem dos nossos méritos. Mas pede a colaboração e a resposta de cada um de nós, fruto de saber descobrir onde está realmente a verdadeira felicidade e optar por ela. Podemos ajudar, preparando o nosso coração e desbravando o terreno. Podemos trabalhar a terra para que possa acolher e fazer germinar a semente. Podemos zelar para que haja um “clima” favorável, com humidade e iluminação necessárias. Podemos estar atentos para desmascarar as subtis manobras de outras “divindades” que nos deslumbram com as suas propostas de “felicidade”.

Mas, o melhor caminho, aquele que foi decisivo para a vida de cada um, é conhecer um testemunho concreto, alguém que fala, que anuncia, que vive a fé com normalidade na sua vida, alguém que soube escolher e que conseguiu que a fé inundasse toda a sua vida, não cedendo à atracção do consumismo, do poder, da fama, das riquezas ou das realidades mundanas. Estes testemunhos vivos falam-nos da “verdade” da fé no Deus de Jesus Cristo, da “verdade” da sua proposta de vida e de felicidade.

21-09-2025

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Leitura Espiritual

Concede-me a graça de ser digno do teu louvor!

Graças à tua natureza criadora,

foi construída uma casa para o ser pensante;

e o primeiro homem foi nomeado administrador

da casa deste mundo.

Os seus descendentes que vieram à existência

recebem de Ti várias funções de administração:

uns para gloriosas obras corporais,

outros para distribuir bens espirituais. […]

Colocaste ainda, como administrador fiel

do corpo e da alma, o espírito incorpóreo,

para dar a cada um aquilo de que precisa

com solicitude e de acordo com a sua posição:

alimentando a alma com a Palavra,

cuidando do corpo com sobriedade;

desempenhando entre os dois o papel de árbitro,

ele mantém a rectidão das respectivas posições.

O corpo deve ser tido como servo

seguindo a tua ordem na criação,

e a alma como princesa soberana,

seguindo a imagem do teu Arquétipo.

Eu, porém, infiel a ambos,

à minha alma e à dos outros,

tornei-me semelhante ao administrador infiel,

que é o tipo da minha cobardia.

É que, no final da minha vida neste mundo,

nem posso fazer o bem,

nem mendigar àqueles que o possuem:

tenho vergonha, porque não me darão nada.

(São Narsés Snorhali (1102-1173), patriarca arménio, Segunda Parte, § 605-623; SC 203).

http://www.liturgia.diocesedeviseu.pt/

Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

Avisos

De 21 a 28 de setembro

 

Guarda – Livro “A Capela de Música da Sé da Guarda (Séc. XVI – Séc. XIX). Algumas Obras (Séc. XVIII)” apresentado

Foi apresentado, nesta quinta-feira, no espaço ExpoEcclesia, o livro “A Capela de Música da Sé da Guarda (Séc. XVI – Séc. XIX). Algumas Obras (Séc. XVIII)”  do padre José Joaquim Pinto Geada. A obra, com edição da Câmara Municipal e do Museu da Guarda, é resultado de um longo trabalho de pesquisa, de recolha e leituras sobre a música sacra composta na Sé da Guarda, desde o séc. XVI até ao século XIX.

Marcaram presença, o bispo da Guarda, D.José Miguel Pereira, o presidente da Assembleia Municipal , José Relva e o Presidente da Câmara, Sérgio Costa.

José Joaquim Pinto Geada nasceu a 24 de agosto de 1937, na Orca, concelho do Fundão, e foi ordenado sacerdote, a 9 de março de 1963, por D. Policarpo da Costa Vaz.

O sacerdote tem publicadas as obras: “Concelho do Fundão, além-Gardunha”; “Santa Maria das Avelãs”; “P. Joaquim Dias Parente e a sua obra musical”. Coordenou o livro “Na presença dos Anjos Vos louvarei, Senhor!”, que reúne a obra musical do irmão, padre Manuel Geada Pinto.

O padre José Joaquim Pinto Geada, presentemente, é pároco de Alvendre, Avelãs de Ambom, Rocamondo, Sobral da Serra e Vila Franca do Deão (Guarda).

Para além da composição, ensino musical e direção coral, o sacerdote da Diocese da Guarda tem-se dedicado, no domínio da investigação, à história musical da Catedral egitaniense e à recuperação das obras de José Maurício e João José Baldi, mestres-capela da Sé da Guarda.

Fonte:MG e Ecclesia