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Artigos de Opinião

Artigo de Rodrigo Sousa—O baile vai começar

Os meses passaram a correr. Estamos agora no fim de julho, a caminhar já para agosto, altura dos míticos bailes populares. Uma época festiva onde se demonstra a resiliência de tantas coletividades e grupos que ano após anos, apesar de todas as dificuldades orçamentais e logísticas, montam aquele que são os palcos dos reencontros e dos abraços adiados. Tudo por amor ao território, numa força motriz única que move toda a comunidade. Horas de cansaço e trabalho voluntário pela comunidade que se traduzem em míticos dias de festa. E não há época mais bonita que esta: as gerações juntam-se, há uma harmonia única pelo ar e noite após noite os sorrisos vão ficando na memória.

Apesar de ser uma época única, toda esta efemeridade não devia ser um cenário distante ano após ano: o investimento cultural nestes territórios devia ser uma realidade contínua, com o devido reconhecimento da importância destes eventos para o nosso território, ao mesmo tempo os abraços adiados não deviam continuar a ser adiados
pela distância. Após uma geração de massiva emigração que Portugal não conseguiu captar e reconquistar, vivemos hoje novamente um novo cenário de perda de jovens para territórios além fronteiras, perpetuando um ciclo que deviámos evitar. Que se aproveite esta época do ano para os sorrisos de sempre, mas com o pensamento de que tudo poderia ser diferente – houvesse vontade política. E que Agosto esteja sempre cá para criar as memórias que nos fazem tanta falta.

 

Rodrigo Sousa

Artigo de Augusto Falcão ——- Verão

E chegou mais um verão. Desde o dia 21 de junho que estamos oficialmente na época de verão, época essa que termina a 23 de setembro.

Os dias tornam-se mais longos, as noites mais curtas; o tempo aquece substancialmente, as roupas encurtam, para todos e todas, apetece o gelado, e no fim do dia de trabalho apetece ir a uma esplanada e beber umas cervejas com uns tremoços ou amendoins.

É também aquela altura pela qual todos os portugueses, ou a grande maioria, suspira; a praia, as ondas, o descanso depois de meio ano de trabalho, correrias, e outros stresses típicos da vida moderna.

As vilas, aldeias e cidades do litoral, enchem-se de portugueses e também muitos estrangeiros, para que numa qualquer duna de uma qualquer praia deste País se possam refastelar ao sol, descansar e recuperar baterias para o resto do ano que ainda falta.

E mesmo numa altura de aperto de cinto (perdoem-me a expressão), o português arranja sempre uns trocos para poder dar esta escapadinha que tanto merece. Afinal, também merecemos sermos felizes durante uns dias, esquecermos as dificuldades da vida que temos enfrentado nestes últimos tempos, com a crise económica e social, com a guerra, com a inflação; Sim porque perdoe-me agora a fugida à política; não vivemos no paraíso que nos querem fazer crer…

Mas o verão é também aquela altura do ano, em que damos conta das sirenes dos bombeiros mais a miude; dos helicópteros e aviões a passar por cima das nossas casas e locais de trabalho. É aquela altura do ano, em que os noticiários das televisões abrem, muitas vezes, com notícias e imagens dos incêndios rurais e florestais que teimam em não serem reduzidos ao máximo no nosso País.

E digo reduzidos, porque, sejamos honestos e racionais; o fogo faz parte da natureza, nós nunca vamos conseguir erradicar o fogo da floresta; deve ser um desígnio nacional reduzir ao máximo o número de ignições de incêndios rurais a cada ano que passa.

Para termos uma ideia, nos EUA o programa de redução de incêndios florestais, iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial; espantado? Não fique; antes da guerra os EUA já tinham que lidar com grandes incêndios florestais; e com o iniciar da guerra, muitos dos bombeiros que combatiam estes fogos, foram chamados a servir o País nas forças armadas, deixando uma grande lacuna nos bombeiros florestais; foi então que o governo federal, em 1942 iniciou um programa educacional das populações para evitarem comportamentos de risco nas áreas florestais ou rurais, tendo em 1944 aparecido o Smokey Bear.

Vejam a data, 1942 e ainda hoje os EUA têm incêndios; ou seja, a irradicação dos incêndios é impossível. Mas é possível ganhar esta batalha noutro campo; na educação.

Sim, investir na educação de miúdos e graúdos, para que possamos reduzir ao máximo o número de ignição de incêndios rurais; cumprindo o que os nossos governantes legislam acerca das limpezas e controle de material combustível; mas acima de tudo, durante o verão evitar os comportamentos de risco, que infelizmente nos portugueses, costumas achar que isso só acontece aos outros e quando damos por ela, já temos o incêndio pregado.

Por isso neste verão, e não querendo ser maçador; por favor evitem os comportamentos de risco nas áreas rurais e florestais.

Só assim, todos nós como sociedade e País podemos reduzir ao máximo os incêndios florestais…

 

 

Artigo de Sandra Correia —- Balanço do ano

   Distante de tudo e com tempo para pensar e até para aprender, tenho tirado algumas ilações sobre pormenores que habitualmente escapam por falta de tempo, numa vida cheia de rotinas e horas marcadas. A observação do mundo que nos rodeia é essencial para estimular o pensamento crítico. Ver claramente visto, como diria Camões, permite-nos analisar, dissecar, refletir, concluir. Para uma sociedade impulsionadora de vontades, não basta essa reflexão. É preciso dar voz ao que julgámos, ainda que saibamos, à partida, que poderemos não agradar, que atiçaremos reflexões perniciosas. Como professora, estímulo o espírito crítico. Em cada trimestre, peço aos meus alunos que avaliem o meu desempenho. Esta tarefa tem uma regra: não podem dizer que sou a melhor professora de português (alguns não acatam), devem principalmente apontar as minhas falhas, para que eu não as repita e para que corrija o meu percurso, peço sugestões para abordar o currículo de forma diferente e mais aliciante. Confesso que a crítica negativa é para eles, em relação à professora, difícil, não por ser boa, mas por falta de coragem. No entanto, ao longo dos anos e em escolas diferentes apareceram e são essas que guardo como uma lição. É assim na minha sala de aula, é assim que deveria ser na sociedade. Desenvolver um projeto para melhorar as condições de trabalho, numa instituição ou a vida dos cidadãos na comunidade carece um profundo conhecimento do espaço e das pessoas. Pensar um projeto dá trabalho, é preciso microscopicamente conhecer todos os ângulos do mundo que nos rodeia. É preciso inovar, aliciar, estimular, é preciso visão estratégica. É preciso amar o que se faz sem interesses pessoais, pondo sempre em destaque as pessoas, o valor e o mérito das pessoas. É preciso viver em pleno o projeto traçado, recuar, quando preciso for ouvir o outro, aceitar a crítica. A humildade, a generosidade e a gratidão são valores que um líder jamais pode esquecer de ter, porque um projeto só terá sucesso se toda a comunidade reconhecer que vale a pena participar da sua concretização.

   No entanto, a estagnação e o amorfismo são características vigentes da nossa sociedade, as pessoas acatam, criticam onde não o devem fazer e, quando o podem fazer, não o fazem, ou porque não convém desagradar quem manda ou porque consideram que não conseguirão frutos da sua voz. Afinal, o mundo segue, continua a girar… e isso basta. Há quem não aceite, quem não se conforme, quem dá voz ao inconformismo, mesmo sabendo que não é ouvido. Os professores foram este ano espelho da voz que não se cala, da luta que não desarma. Há quem acredita na justiça, que não aceite o poucochinho. Mas…. Tivemos, um ano letivo, milhares de professores a clamar por direitos perdidos. Em breve, estaremos todos de férias, em setembro a luta continua, dizem. Tem de continuar. Umas boas férias para todos os professores, alunos e funcionários.

A Feira das Atividades Económicas do Concelho de Aguiar da Beira abre a 27.

A Feira das Atividades Económicas do Concelho de Aguiar da Beira – FAE23 é organizada pelo Município e vai decorrer, de quinta a domingo (27, 28, 29 e 30 de julho), no Complexo Desportivo de Aguiar da Beira, tendo por objetivo promover o que de melhor o concelho tem para oferecer a quem o visita.

A FAE 23 é pensada e organizado, de modo a proporcionar a quem a visita momentos de grande diversão, convívio e animação, pensada para toda a família, com um programa admirável, onde se pretenderá mostrar todo o potencial do concelho, em várias vertentes.

Este ano a FAE contará com grandes espetáculos musicais: Ivandro, Xutos e Pontapés, Mafalda Veiga, Sérgio Rossi,  Insert Coin,  Sunset com o Dinho Zamorano e banda Clareou, DJ NO , Dj Wilson Honrado,  DJ Mikas, Festival de Folclore, Conserto de Conservatório Regional de Musica de Ferreirim,  Arruada de Concertinas, Arruada de Bombos

Ao longo dos quatro dias estão ainda previstos inúmeros espetáculos de associações locais, exposições, torneios e workshops.

Os mais pequenos também não foram esquecidos e a animação infantil foi reforçada com diversas diversões.

Decorrerão ações de sensibilização de “Uso sustentável de água na agricultura” e “Técnicas de conservação da azeitona”, promovida pelo Gabinete Municipal de Apoio ao Agricultor.

O empenho e entusiamo do Município na preparação deste evento tem sido intenso, esperando poder abranger todo o tipo de visitantes e proporcionar momentos inesquecíveis.

 

Artigo-Novo processo para a recuperação de materiais ligados à indústria dos eletrónicos

No âmbito do programa “Cultura, Ciência e Tecnologia na Imprensa”, promovido pela Associação Portuguesa de Imprensa.

Cientistas da Universidade de Coimbra estudam processo inovador para recuperação de materiais valiosos da indústria eletrónica

Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a estudar um novo processo para a recuperação de materiais ligados à indústria dos eletrónicos. Esta investigação decorre no âmbito da Agenda Microeletrónica do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), financiada com 30 milhões de euros.

Atualmente, o lixo eletrónico é um dos resíduos sólidos com uma elevada taxa de acumulação, chegando a quase 10 milhões de toneladas por ano na União Europeia, sendo que apenas cerca de 15 a 20% desses resíduos são reciclados. Em 2021, a produção estimada de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (EEEW) foi de 55,2 milhões de toneladas em todo o mundo.

Tendo em vista a resolução desta problemática, a equipa de investigadores da FCTUC está a desenvolver uma investigação ligada à tarefa “E-Waste Recycling to Foster a Circular and Sustainable Economy”, que pretende contribuir para a criação e definição de processos industriais relacionados com a economia circular e a reciclagem de produtos do setor da Microeletrónica. Este projeto tem como foco principal a recuperação e tratamento de dispositivos eletrónicos, para que as matérias-primas possam ser novamente incorporadas na cadeia de valor.

«A ideia é encontrar um processo combinado, químico e biológico, para a recuperação de metais críticos e de alto valor a partir de resíduos elétricos e eletrónicos de computador», explica Paula Morais, docente da FCTUC e investigadora no Laboratório de Microbiologia do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE).

«Para a criação deste processo, a metodologia aplicada terá por base um estudo de diagnóstico inicial para identificar e mapear o ecossistema português do setor da Microeletrónica e, posteriormente, o foco da investigação na FCTUC serão os processos microbiológicos e químicos de reciclagem de metais preciosos», revela a investigadora.

Assim, «serão desenvolvidos processos de bio-lixiviação, a partir de resíduos gerados por parceiros industriais no projeto, bem como de bioacumulação seletiva de metais após tratamento químico dos resíduos. O sistema de recuperação de metais por ser misto (químico-biológico) é extremamente inovador», assegura o grupo de Microbiologia. «Entre os materiais que se pretendem recuperar destacam-se os metais valiosos como ouro, platina e prata, e os metais críticos índio e gálio, a partir de computadores e equipamentos de telecomunicações em fim de vida», conclui.

Este projeto teve início em janeiro de 2023 e, neste momento, o consórcio, que envolve 17 entidades, encontra-se ainda a trabalhar na clarificação dos fluxos de resíduos e na caracterização dos materiais que serão utilizados para criar este novo processo, bem como a definir a estratégia integrada entre os parceiros da FCTUC para fazer esta recuperação de metais.

Para além do CEMMPRE, estão envolvidos nesta Agenda José António Paixão, do Centro de Física da Universidade de Coimbra (CFisUC), e também Licínio Ferreira, do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF).

Universidade de Coimbra

 

Artigo de Sandra Correia- Liberdade

Na ponta dos dedos, teclo um texto de opinião que, há 49 anos, não me teria sido permitido fazê-lo. A democracia devolveu ao povo a liberdade de expressão, a liberdade de pensar sem medo e de dizê-lo, a liberdade de julgar, de opinar. Com a evolução das tecnologias, podemos despejar no ecrã, num instante, as nossas farpas e publicá-las. Com o Facebook, diz-se o que se quer, por vezes, sem ter pensado se faz sentido ou se atenta contra alguém. A liberdade de expressão é um dado adquirido, em 2023, em Portugal. Sim, em Portugal, porque, infelizmente, em muitos países do mundo, nem sequer existe. E, se pensarmos, na total ausência de liberdades da mulher, a de expressão, anula-a por completo, nas sociedades em que vive. Tenho a sorte de ser portuguesa e de poder dizer o que quero, escrever o que penso, ter opinião. Sou uma privilegiada. Somos uns privilegiados. Posso escrever, estudar, viver e agir livremente. Se as minhas ações não atentarem contra ninguém, nem magoarem ninguém, não terei qualquer consequência. Escrevo sobre o que me apetece.

A frase “A minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro” tem sido repetida ultimamente, ora, na minha opinião, esta frase encerra uma oposição: em momento algum, eu posso deixar de ser livre. Eu continuo a ser livre, sempre livre, com a consciência da minha responsabilidade e do respeito pela liberdade do outro. Não posso fazer ou dizer tudo o que quero, sem respeitar a opinião do outro. A nossa liberdade acaba quando deixa de ser liberdade e passa a ser imposição, exclusão, individualidade, ataque aos direitos do outro. Ultimamente, temos assistido a um rol de cenas políticas que envergonham a democracia. O interessante nos debates, nos comentários aos debates, nas crónicas, nos artigos de opinião, nos cartoons, nas entrevistas aos candidatos é a análise crítica que o leitor/ouvinte pode retirar da personalidade, da competência, dos interesses, dos objetivos, da capacidade de aceitar a crítica e principalmente da sua capacidade de reagir à crítica. O discurso político tem três objetivos essências: deliciar, ensinar e persuadir o público. O poder da persuasão está nitidamente em ascensão, esquecendo que o povo está atento e sabe ler nas entrelinhas, nas omissões e nas reações tidas quando são feitas perguntas incómodas. Tem sido assim, no governo, tem sido assim, no Ministério da Educação. Não há professor que se deixe enganar por um discurso populista e enganador com os diplomas que são aprovados em Conselho de Ministros como se fossem as maiores e melhores alterações dos últimos anos. Não. Não o são. Não foi com a Mobilidade por Doença, não o será com o Regime de Concursos. Usar este último para mostrar à população para mostrar que os professores vinculados estão bem e que devemos nos preocupar com os restantes é querer dividir para reinar.

O Diploma atinge-nos a todos e em 2024, provavelmente estarei aqui a divagar sobre uma realidade previsível.

 

Artigo de Vítor Santos– Pai não é claque do filho

 

No desporto de formação, os pais desempenham um papel de grande impacto no desempenho dos seus filhos, bem como da equipa em geral. A forma como fazem a sua participação é que vai fazer toda a diferença no percurso desportivo da criança e, mais tarde, do jovem.

A verdade é que o “estrelato”, em particular no futebol, se alcança entre os 11 e os 13 anos. Nestas idades, o facto de ser futebol de 7 e 9 proporciona, ainda, ao atleta um maior contacto com a bola, com o jogo e mais sucessos nas tomadas de decisões e execuções. Esta realidade esconde na maioria das vezes o processo, em detrimento do resultado.

Os pais que, numa fase embrionária da prática desportiva, se divertem com o jogo, rapidamente se transformam em “claque” do próprio filho e, por contágio, da equipa que ele representa nessa época. Muitos chegam mesmo a ter parecenças com os hooligans! Há males que têm de ser combatidos a partir da sua fase embrionária, como estes desvios comportamentais dos pais.

No desporto é logo na iniciação que se deve explicar aos pais que vão entrar numa atividade que vai exigir muito deles em termos de vida familiar e que as emoções vão estar muitas vezes presentes. Devem aprender a lidar com isso. Casa vez mais, os clubes têm de educar os pais quando os filhos iniciam a sua formação.

Os pais não conhecem o “edifício” da formação e, em alguns casos, é frequente terem as suas próprias motivações. Por isso, tentam induzir os seus filhos a praticarem um determinado desporto ou a atingirem determinados níveis de desempenho. É neste contexto que, muitas vezes, surge a “pressão parental”.

Existem clubes que aceitam este tipo de comportamentos. Estas más práticas. Como é possível que se continue a pactuar com este clima em jogos de crianças e jovens?

O papel de pai ou mãe é esquecido, passando a ser o de um gerador ou facilitador de conflitos que pactua com o ambiente violento em que coloca o seu filho. Os pais vestem camisolas de fãs do seu filho! Insultam quem não apoia o seu filho! A obsessão pelo sucesso imediato do filho perverte por completo a forma como vivem a sua prática desportiva.

Os filhos observam atentamente o comportamento dos pais fora do campo, projetando para eles mesmos esse comportamento. Se um progenitor não respeita um treinador ou um árbitro, se reclama de uma decisão ou tem um comportamento menos adequado, é muito provável que o filho replique esse padrão da mesma forma.

O papel dos pais é de apoio emocional nas várias e diferentes etapas da formação e sempre fora do campo. E já é uma grande exigência.

Parabéns ao Instituto Português da Juventude e do Desporto, que lançou esta semana uma campanha #NãosejaBullydeBancada: “Episódios de violência levam à diminuição da segurança e prazer no desporto. Contamos consigo para a erradicação de comportamentos violentos.” Trata-se de um importante contributo para a erradicação de comportamentos desadequados, pouco éticos e, por vezes, violentos dos pais/encarregados de educação, no âmbito da prática desportiva nas camadas jovens.

Pais, por favor, sentem-se, relaxem, deixem os vossos filhos brincarem, deixem os treinadores treinarem e os árbitros arbitrarem. Desfrutem do momento. Desfrutem do desporto. E deixem que os vossos filhos desfrutem também.

Texto de Vitor Santos

Ilustração de Paulo Medeiros

Artigo -Como poupar energia em casa?

Poupar energia é poupar o meio ambiente e a carteira, sobretudo no meio de uma crise energética e económica. No âmbito do Dia Mundial da Energia, a UCI Portugal deixa algumas recomendações:

Poupe antes de se mudar – A poupança começa mesmo antes da compra da casa. Na hora de escolher o melhor imóvel, a sustentabilidade deve entrar nas contas. Uma casa com classificação energética A+ ou A garante que se gasta menos energia no dia a dia. Como saber a classificação energética da casa que quer comprar? Fácil, basta consultar o Certificado Energético. Este documento é obrigatório no processo de venda de uma casa, portanto consulte-o e ficará com uma noção se terá de gastar mais ou menos energia para viver na casa com conforto térmico.

Poupe mesmo quando já se mudou – No caso de já viver num imóvel que não tem uma boa classificação energética, nada está perdido. Aos poucos, pode melhorar a sua casa e poupar energia. Olhando também para o Certificado Energético, pode encontrar as principais medidas a tomar para melhorar a eficiência energética, em questões como um isolamento térmico apropriado que permite manter a casa mais quente no inverno e fria no verão, diminuindo o uso de energia para aquecer ou arrefecer as divisões. Se realizar essas melhorias tenha em mente que, para além de reduzir as faturas de energia, vai também valorizar o seu imóvel, o que significa que poderá pedir um valor maior se um dia o vender, e reduzir o impacto sobre o ambiente.

Troque os aparelhos – Nem só o imóvel pode ser melhorado. Devemos também analisar os eletrodomésticos, que também têm diferentes graus de eficiência, e perceber quais devem ser substituídos por outros, com menor impacto ambiental. Esta troca requer um investimento inicial maior, porque os eletrodomésticos classe A são mais caros, mas esse valor será amortizado rapidamente através da poupança nos consumos. Outra troca, mais simples, é trocar as lâmpadas comuns por LED que consomem menos energia e duram mais tempo.

Reveja a potência contratada – Precisa mesmo de toda a potência contratada? Peça ajuda profissional e faça uma análise da potência que tem e que define o consumo máximo de eletricidade que pode fazer a cada momento. Ao contratar uma potência mais baixa vai poupar dinheiro, mas vão também promover um consumo mais responsável de eletricidade, uma vez que terá de selecionar melhor os equipamentos que tem ligados à rede.

Não descure o básico – Todos sabemos que devemos desligar as luzes quando não estamos numa divisão. Outros gestos simples, como tirar da tomada aparelhos que não estamos a usar no momento, também fazem alguma diferença na conta final de energia. Podem parecer pequenos gestos, mas lembre-se que está a poupar ao mesmo tempo dinheiro e o planeta.

Artigo de Augusto Falcão – O 8 de maio

Nesta edição , quero escrever um pouco sobre o 8 de maio. Pode achar-se estranho, eu querer escrever acerca de um dia, que ao olharmos o calendário nada assinala, mas perdoe-me, caro leitor, não quero deixar de assinalar este Dia; acompanhe-me com alguma paciência, caro leitor.

   No dia 1 de setembro de 1939, começa a Segunda Grande Guerra na Europa; o exército de Hitler inicia a invasão da Polónia, dando início à Grande Guerra. No dia 3 de setembro, o Reino Unido e a França declaram guerra à Alemanha, dando início ao conflito em solo europeu; a guerra em solo europeu desenrola-se com uma velocidade estonteante; a Wehrmacht ou exército alemão, era uma força bélica altamente moderna para a época, que utilizava táticas combinadas de apoio aéreo, tanques e infantaria obtendo efeitos devastadores no que ficou conhecido para a história como Blitzkrieg ou guerra relâmpago. As suas táticas e velocidade deixaram os exércitos britânicos e franceses sem capacidade de organizar uma defesa eficiente. Assente em três pilares básicos (efeito surpresa, rapidez de manobra e brutalidade no ataque) a guerra relâmpago alemã levou a que a França, invadida a 10 de maio de 1940 assinasse um armistício com a Alemanha em 22 de junho; em pouco mais de um mês Hitler invadia e conquistava a Bélgica, a Holanda, e a França deixando o Reino Unido isolado no combate a Hitler. Em Dunquerque, os exércitos ingleses e franceses foram cercados pelo exército alemão, tendo se dado início ao seu salvamento por via marítima através do canal da Mancha a 22 de maio; a operação de resgate terminou com mais de 300 000 soldados evacuados.

  Com a rendição da França, a Inglaterra via-se sozinha na sua luta contra o nazismo; Winston Churchill, o obstinado primeiro-ministro inglês personificou a luta contra o nazismo, impulsionando a Inglaterra na luta contra o nazismo. Os seus discursos durante a batalha de Inglaterra, são famosos pela moralização que tentou transmitir ao povo britânico durante os pesados bombardeamentos que a força aérea alemã provocou nas ilhas britânicas.

   Com o ataque japonês à frota americana do Pacífico em Pearl Harbor a 7 de dezembro de 1941, a guerra torna-se definitivamente global.

  A de 6 de junho de 1944, os exércitos aliados iniciam a invasão da Normandia na França ocupada; os exércitos de Hitler, não resistem à invasão e inicia-se a libertação da Europa ocupada.

  A 22 de março de 1945, os exércitos aliados sob o comando do general Eisenhower atravessam o Rio Reno, e iniciam a invasão em larga escala da Alemanha nazi.

  Pressionado quer pelos exércitos aliados, quer pelo exército vermelho, Hitler suicida-se a 30 de abril de 1945, em Berlim; a 8 de maio a guerra termina na Europa.

  Nesse dia, 8 de maio de 1945, o primeiro ministro inglês proclamou que nunca tantos deveram tanto a tão poucos…

Augusto Falcão

Artigo de Sandra Correia-Associação de Pais

Associação de Pais

Sim! As rotinas do dia a dia, os horários cada vez mais apertados afastam os adultos da vida social, mas também da vida escolar. À medida que as crianças vão pulando do pré-escolar para o primeiro ciclo, deste para o segundo e para o terceiro ciclos e entram no ensino secundário, a presença dos pais e encarregados de educação na Escola vai sendo cada vez menor. É preciso motivá-los a manter um diálogo contínuo com a Escola. É preciso convencer os pais da importância de estarem mais presentes no ambiente escolar.

Há evidências que comprovam que um maior acompanhamento promove um melhor comportamento e um maior sucesso escolar. Criar um ambiente colaborativo em que os desafios são pensados e concretizados juntos – Pais e Escola – é o caminho certo para uma Educação que fomenta as raízes do futuro. A escola não faz nada sozinha. Por isso, é essencial a participação constante e muito consistente de todos os agentes envolvidos no processo educacional. Dito isto, pretendo aqui louvar o trabalho incessante da Associação de Pais e Encarregados de Educação de Fornos de Algodres (APEE), que, desde outubro, tem tido um trabalho de reconhecido mérito. Da comunicação das ementas, às informações sobre as greves, das atividades articuladas com o Agrupamento à realização de sessões de esclarecimento para os Encarregados de Educação, tudo tem sido feito para que seja ponte entre escola e pais. Diz o povo que “é de pequenino que se torce o pepino”. Se as crianças, ao longo do seu percurso escolar, observarem uma participação mais ativa por parte dos seus pais/encarregados de educação, mais tarde, enquanto pais terão o mesmo papel. Ser participativo não significa somente acompanhar o desempenho escolar dos filhos, é também dar sugestões, participar da elaboração dos documentos orientadores da Escola, participar ativamente nas atividades. Esta participação ativa não se pode restringir aos representantes dos pais no Conselho Geral ou nos Conselhos de Turma. A voz dos pais pode e deve ser ouvida através destes representantes, mas também da Associação de Pais que, de mãos dadas, colabora na concretização do Projeto Educativo da Escola. Esta colaboração e a articulação entre Agrupamento, Município e APEE só pode estimular um diálogo construtivo em prol do sucesso escolar de todos os alunos.

O Perfil do Aluno à saída da Escolaridade Obrigatória prevê, entre outros objetivos, que o aluno seja, no futuro, um cidadão capaz de pensar crítica e autonomamente, criativo, com competência de trabalho colaborativo e com capacidade de comunicação e que conheça e respeite os princípios fundamentais da sociedade democrática e os direitos, garantias e liberdades em que esta assenta. Uma eficiente e eficaz cultura de escola conseguirá concretizar estes objetivos com a participação proativa dos pais e encarregados de educação. Estou certa que os alunos, os vossos filhos, tornar-se-ão cidadãos mais ativos e mais interventivos, na sociedade, se soubermos ser espelho do que desejamos que sejam amanhã, dando voz à vossa voz. E a APEE parece-me ir no bom caminho.