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Retrato dos serviços de urgência da região Centro pela SRCentro

A Secção Regional Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) realizou uma visita a 21 Serviços de Urgência (SU) da região Centro no pico do inverno. Da mesma foram compilados vários resultados, agora apresentados.

No dia 12 de janeiro de 2024, em pleno inverno, num contexto de elevada incidência de infeções respiratórias agudas na comunidade e que, há semanas, mantinha os SU sob grande pressão, a SRCentro encetou, pela primeira vez, uma visita massiva a vários SU da sua área de abrangência (excluindo as urgências obstétricas, ginecológicas e pediátricas).

Seguindo o seu desígnio fundamental: promoção da segurança e qualidade dos cuidados de enfermagem prestados à população, atendendo a estes contextos de elevada afluência e, muitas vezes, de sobrelotação de serviços, pode tornar-se difícil manter a segurança e a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados, tornou-se fundamental assegurar a observância das regras de ética e deontologia profissional.

As visitas foram realizadas a dez Serviços de Urgência Básica (SUB), a nove Serviços de Urgência Médico- cirúrgica (SUMC) e a dois Serviços de Urgência Polivalente (SUP).

Foram objeto de avaliação: o número de admissões das últimas 24 horas; as prioridades atribuídas pelo Sistema de Triagem de Manchester (STM); os tempos de espera para a 1a observação médica; a existência de equipas de transporte, de protocolos vias verdes (Sépsis, AVC, Coronária e Trauma) e de protocolos de reavaliação/retriagem de doentes e ainda a permanência de doentes há mais de 24 horas nos SU e as dotações de enfermagem.
“Atendendo ao panorama atual dos SU (e SU de Obstetrícia e Pediátricos), e encaminhando-nos, de novo, para o aproximar do outono e inverno, com um aumento da procura e, concomitante pressão acrescida sobre os serviços e equipas de profissionais, devido a ser um momento propício a doenças respiratórias, importa divulgar estes dados no sentido de perceber os problemas instalados, aliás, há vários anos a esta parte, onde os riscos para com a qualidade e segurança de cuidados a prestar estão mais vincados”, assinala Valter Amorim, Presidente do Conselho Diretivo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros. Coimbra registou o maior número de admissões: 442 (Hospital Universitário de Coimbra e Hospital Geral – Covões). Seguiu-se o Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, com 427 doentes admitidos, e 242 admissões no Hospital São Teotónio, em Viseu.
No dia da visita da SRC, a média de tempo de espera entre triagem e observação médica em pulseiras
amarelas era de 83 minutos. Contudo, em quatro SU não havia espera e, no extremo oposto, em Leiria a espera média era de 11h. Assinalamos que o tempo máximo para observação de pulseiras amarelas é de 60 minutos.
Aveiro foi o SU com maior afluência de utentes, sendo que o Hospital Universitário de Coimbra era a unidade com mais Enfermeiros. O SUMC de Caldas da Rainha é que teve melhor resposta instalada face à procura registada, enquanto São João da Madeira e Águeda registaram a pior resposta.
Na relação nas 24h entre o número de enfermeiros por utente, São João da Madeira e Águeda detêm o pior resultado com cerca de 11 utentes por cada enfermeiro, ao invés, o Hospital Geral (Coimbra) e Caldas da Rainha surgem com cerca de 2 utentes por cada enfermeiro.
Durante a visita aos serviços de urgência foi também avaliada a implementação de protocolos de Vias Verdes (Sépsis, Coronária, AVC e Trauma), essenciais para garantir uma resposta rápida e eficaz em situações críticas. A Via Verde AVC é a melhor estabelecida, estando presente em 13 dos 21 SU. Apenas em Coimbra e Castelo Branco existe Via Verde Trauma. Nenhum dos SUP possui Via Verde Sépsis, somente quatro dos 21 serviços detêm este protocolo. A Via Verde Coronária está implementada em dez dos 21 serviços analisados.
Dos serviços visitados, apenas dois SUB, quatro SUMC e 1 SUP dispunham de equipa de transporte. Quando estas equipas não existem, há uma sobrecarga dos restantes elementos, retirando enfermeiros de outros postos de trabalho. Muitos destes transportes demoram horas, ausentando elementos das equipas, durante grande parte dos turnos, reduzindo rácios enfermeiro doente, colocando em causa as dotações seguras,com todas as consequências que daí podem advir, tanto para doentes como para profissionais.
Quase 600 doentes estavam há mais de 24h nos SU, destacando-se pela negativa Guarda (59 utentes); Caldas da Rainha (36 utentes) e Leiria (34 utentes) entre as 24h e as 48h, dos quais, 83 aguardavam há mais de dois dias no SU. Guarda e Leiria mantêm o retrato negro nesta categoria, com 23 e 21 utentes, respetivamente. Quando o número de doentes no SU é tal que cria a necessidade de utilizar espaços físicos onde não existem postos de trabalho de enfermagem e, portanto, sem vigilância, não existem condições mínimas de segurança.
Quando existem tempos de espera para a primeira observação médica que ultrapassam as 20 horas, é impossível assegurar dotações de enfermeiros que consigam retriar/reavaliar todos os doentes, sempre que o tempo de espera excede o limite previsto, como determina a norma 02/2018 da DGS.

Município de Pinhel apela à ministra que seja nomeado novo Conselho Administração da ULS Guarda

O executivo da Câmara Municipal de Pinhel entregou  sistemas de refrigeração ao Centro de Saúde de Pinhel, a fim de tentar colmatar a falta de condições de climatização do edifício, problema que em finais de julho levou funcionários e utentes a manifestar publicamente o seu descontentamento.

Compreendendo os motivos deste descontentamento, e apesar de não ter competências na área da Saúde, nem responsabilidade na gestão dos serviços de saúde local, o Presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, entendeu por bem facultar ao Centro de Saúde alguns equipamentos de refrigeração, na expetativa de que possam contribuir para atenuar o calor que por estes dias se faz sentir no interior das instalações.

Importa lembrar que em reunião realizada no dia 16 de maio de 2023, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda informou a Câmara Municipal de Pinhel que no âmbito do PRR estava aprovada uma candidatura para a requalificação do Centro de Saúde de Pinhel, nomeadamente ao nível da climatização e eficiência energética, investimento superior a 600.000€, tendo avançado que as obras deveriam ter início em setembro de 2023.

Volvido um ano, nada foi feito e a degradação do edifício continua bem visível, como o autarca pinhelense pôde constatar numa visita recente às instalações.
Acresce ser recorrente a escassez de recursos humanos o que tem provocado constrangimentos na qualidade do atendimento e do serviço, além de colocar em causa a motivação de todos os profissionais do Centro de Saúde de Pinhel.

No entender do Presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, “o desinvestimento neste Centro de Saúde tem sido uma constante no mandato deste último Conselho de Administração”, motivo pelo qual apela “à intervenção urgente da Sra. Ministra da Saúde, Dra. Ana Paula Martins, para que que o Conselho de Administração que se encontra demissionário possa efetivamente ser substituído e que seja nomeado um novo Conselho de Administração que possa zelar pelo bom funcionamento do Centro de Saúde de Pinhel”.

Foto:DR

Artigo de opinião de Luís Miguel Condeço—-Ar Puro

 

 

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

 

Além do início das principais festas e romarias, agosto evoca o Dia Mundial do Cancro do Pulmão (no primeiro dia do mês). Este dia procura sensibilizar a população para a principal causa de morte por cancro em Portugal (16% do total de mortes por cancro), segundo os dados de 2021 do Instituto Nacional de Estatística.

Hoje a evidência científica, resultante de diversas investigações ao longo das últimas décadas não deixam esconder a íntima relação entre o consumo ativo do tabaco (tabagismo) ou passivo (exposição ocasional ao fumo), e o risco de desenvolver cancro do pulmão (responsável por 90% de todos os cancro do pulmão), situação que poderia ser evitável.

Reconhecido como uma doença, o tabagismo carateriza-se pelo consumo de produtos resultantes do tabaco e que contêm nicotina, de uma forma continuada e dependente. O fumo do tabaco contém vários químicos (mais de 7000), dos quais cerca de 70 são cancerígenos. A Organização Mundial da Saúde considera o tabagismo como a principal causa de morte evitável no mundo (cerca de 16 mil mortes por dia), declarando-o como um problema de saúde pública, ou até como uma pandemia que deve ser combatida. Estima-se que na Europa, o consumo de tabaco é responsável por 16% de todas as mortes na população adulta com mais de 30 anos de idade.

Mas, nem sempre foi assim.

A planta do tabaco ou a Nicotiana Tabacum, como é conhecida desde o século XVI, altura em que foi introduzida na Europa mais propriamente na corte francesa, é uma planta de folhas largas e flores amarelas e rosa, que já se cultivava na região dos Andes na América do Sul há mais de cinco mil anos. E as indústrias transformadoras e comercializadoras dos produtos obtidos a partir do tabaco tiveram desde o início do século passado uma série de estratégias publicitárias e de marketing encorajando ao consumo dos cigarros.

A imagem do cigarro começou por ser associada ao luxo, ao glamour, e mais tarde à rebeldia e independência. Durante várias décadas esteve presente em anúncios, spots comerciais e cartazes, além de aparecer em vários filmes e entrevistas aos famosos atores de Hollywood, como o caso de Humphrey Bogart (o galã de Casablanca de 1942) ou de Jon Hamm (o publicitário da premiada série Mad Men já deste século). No entanto, nunca a publicidade teve tanto impacto no consumo de cigarros como o esforço feito pela Philip Morris (empresa tabaqueira norte-americana), primeiro na década de 50 do século passado com a criação do Homem da Marlboro (cowboy americano, solitário e de espírito livre no meio das pradarias, protagonizado pelo ator Robert Norris que nunca fumou e que morreu em 2019 aos 90 anos de idade), e mais tarde pela aposta no desporto automóvel, da qual resultou uma das parcerias mais duradouras e lucrativas de sempre, entre a tabaqueira e a McLaren que durou 23 anos e que nos traz à memória os “bólides” de Ayrton Senna ou de Alain Prost.

Apesar dos estudos epidemiológicos realizados na primeira metade do século XX, só na década de 60 desse século é que ficou cientificamente estabelecida a relação entre o tabaco e o cancro do pulmão, contudo as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento foram sendo politicamente adiadas na sequência de um movimento independente, “de vontade própria” e do “livre-arbítrio” do comum dos cidadãos.

Em 2007, com a publicação da Lei n.º 37/2007 de 14 de agosto, Portugal passou a ter legisladas orientações, recomendações e restrições quanto à venda, consumo, publicidade, promoção e patrocínio de produtos de tabaco, tornando-se efetivas algumas das medidas de prevenção do consumo desta substância.

Há regimes mundiais mais rígidos, como o Butão (reino asiático na extremidade leste dos Himalaias) onde é proibido comercializar cigarros desde 2010 ou a Nova Zelândia (na Oceânia) que proíbe a venda de cigarros a cidadãos nascidos depois de 2009.

Mais importante que restringir ou impor uma medida, é fundamental sensibilizar as crianças e jovens para os efeitos nocivos da inalação de um ar poluído com o fumo do tabaco.

Doença Venosa Crónica: 6 medidas que promovem a circulação venosa

A Doença Venosa Crónica (DVC) é uma disfunção das paredes e válvulas das veias das pernas que dificulta a circulação do sangue para o coração. Apesar de um número significativo de doentes desvalorizar os sintomas numa fase inicial da doença, a DVC tem um impacto negativo importante no dia a dia. O tratamento atempado e adequado é essencial para melhorar a qualidade de vida, prevenir a progressão e evitar potenciais complicações. Para prevenir e controlar esta patologia, recomendam-se também medidas higieno-dietéticas para promover a circulação venosa.
Os primeiros sinais e sintomas de Doença Venosa Crónica (DVC) – sensação de pernas pesadas e cansadas, a dor, o inchaço nas pernas e nos pés – que se agravam com o calor e com longos períodos na posição de pé ou sentada, são frequentemente percecionados como normais. Ainda que estas queixas criem desconforto e incapacidade, limitando tarefas do dia a dia, são maioritariamente desvalorizadas.
Os doentes devem procurar um profissional de saúde sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC. O alívio dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida são os principais objetivos do tratamento.
Sabe-se que, em Portugal, a DVC afeta 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos (7 em cada 10 mulheres com mais de 30 anos sofre de DVC), sendo preocupante que uma grande parte das pessoas afetadas não procure ajuda médica. “Os doentes devem estar atentos e não ignorar os primeiros sintomas e sinais visíveis. Por ser muitas vezes valorizada tardiamente, esta doença acaba por afetar a sua qualidade de vida, com um impacto social e económico significativo, pelo que o tratamento adequado e atempado é essencial”, salienta Joana Amaral, médica de Medicina Geral e Familiar.
“Esta patologia afeta as paredes e válvulas das veias das pernas e dificulta a circulação do sangue para o coração. Uma das formas de prevenir e controlar a DVC é reajustar o estilo de vida através da adoção de medidas higieno-dietéticas que ajudam a promover a circulação venosa”, recomenda a especialista.

A DVC é uma doença crónica e evolutiva, que exige vigilância e cuidados médicos continuados, por isso é fundamental que os doentes adaptem o seu estilo de vida e passem a adotar, no seu dia a dia, algumas medidas para ajudar a controlar esta patologia.
6 medidas que promovem a circulação venosa:

Praticar exercício físico como caminhadas, ciclismo ou natação;
Evitar estar longos períodos de pé ou sentado;
Evitar saltos altos ou rasos (a altura recomendada é de 3 a 4 cm);
Prevenir o excesso de peso;
Evitar o uso de roupa apertada;
Procurar lugares frescos e evitar as exposições ao calor (sol, depilação com cera, banhos quentes e sauna).Quanto ao tratamento, este depende da situação de cada doente e da gravidade dos sintomas, pelo que deve ser adaptado caso a caso, podendo incluir medicamentos venoativos, compressão elástica, ou até mesmo intervenções cirúrgicas. A compressão e a medicação são medidas habitualmente prescritas de forma contínua, mas deve sempre avaliar a situação com o seu médico.

Saiba mais em www.dornaspernas.pt.

Dia Mundial do Cancro do Pulmão – Cancro do pulmão é a principal causa de morte por doença oncológica

No âmbito do Dia Mundial do Cancro do Pulmão, que se assinala a 1 de agosto, o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) lança um vídeo, com o objetivo de informar e sensibilizar a população sobre esta doença, que continua a ser uma das principais causas de mortalidade em Portugal e no mundo.O cancro do pulmão é responsável por mais de 5.000 mortes por ano, em Portugal, sendo que mais de 80% dos doentes diagnosticados com esta patologia são ou foram fumadores. A gravidade desta doença é evidenciada pelo facto de 65% dos novos casos serem detetados já em fase avançada, o que dificulta o tratamento e reduz as probabilidades de sobrevivência.O vídeo, que conta com o apoio da Takeda e da Johnson & Johnson, aborda, de forma clara e acessível, os principais sintomas, fatores de risco e as diferentes opções terapêuticas disponíveis, além de destacar a importância do diagnóstico atempado. “O diagnóstico precoce do cancro do pulmão é um dos grandes desafios que enfrentamos. Apesar dos avanços na área da saúde, a maioria dos casos ainda são identificados em estádios avançados, o que limita as opções de tratamento,” afirma o Dr. David Araújo, membro da comissão científica do GECP.“A prevenção é fundamental, especialmente entre fumadores e ex-fumadores, que constituem a maioria dos casos diagnosticados. Só com a eliminação do tabagismo na população é que os casos de cancro do pulmão podem ser reduzidos.”O cancro do pulmão pode evoluir durante muito tempo sem dar qualquer sinal. Os sintomas são vários e muito comuns a doenças benignas: tosse irritativa ou persistente, hemorragia pela boca de sangue vivo, dor torácica, dificuldade respiratória, rouquidão e alteração da voz, perda de apetite e emagrecimento.O pneumologista da ULS São João destaca que “o diagnóstico e o tratamento nas fases iniciais da doença podem fazer a diferença e salvar vidas, por isso, com esta campanha o GECP pretende educar a população sobre os sinais e sintomas do cancro do pulmão, incentivando a importância da prevenção para reduzir a mortalidade associada a esta doença”.O GECP convida toda a população a assistir e a partilhar este vídeo, que ficará disponível nas suas plataformas digitais no dia 1 de agosto, como um passo importante para aumentar a consciência sobre o cancro do pulmão e promover uma sociedade mais informada e saudável.

Sobre o cancro do pulmão: O cancro do pulmão é dos cancros mais frequentes no Mundo, sendo o principal fator causal o tabaco. Em 2022, em Portugal, foram diagnosticados mais de 5 mil novos casos de cancro do pulmão, representando a terceira neoplasia mais frequente. É a principal causa de morte por doença oncológica e estima-se que, em Portugal, tenha sido responsável por 5.077 mortes em 2022.

Comunicado da FNAM – Ministério da Saúde mantém-se inflexível, atrasa e prejudica colocação de médicos no SNS

O Ministério da Saúde (MS) vai alterar o regime de recrutamento dos médicos recém-especialistas, de forma apressada e desprovida de qualquer rigor. Esta atitude prejudicará o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e atrasará a colocação de médicos recém-especialistas.

O MS convocou a FNAM para uma reunião negocial online que ocorreu no passado dia 3 de junho, e novamente no dia 5 de junho. A exigência desta segunda reunião partiu da FNAM, dado o período exíguo que lhe foi dado para a análise séria e cuidada de um projeto de Decreto-Lei de alteração ao processo de concurso e colocação de médicos recém-especialistas.

Findas as reuniões, nenhum dos alertas e propostas de alteração apresentadas pela FNAM foram acolhidas, tendo sido comunicado que o diploma seria publicado sem a nossa concordância.

A celebração dos novos contratos passa a ser da responsabilidade das Unidades Locais de Saúde (ULS), que prevê a generalização dos contratos individuais de trabalho dada a sua natureza empresarial, impossibilitando contratos de trabalho em funções públicas, que seriam mais favoráveis aos médicos e ao SNS.

Além disso, a solução apresentada pelo MS extingue os concursos nacionais de colocação de especialistas, passando a estar na dependência do órgão máximo de gestão do estabelecimento de saúde integrado no SNS. Assim, o número de vagas e escolha dos candidatos ficam dependentes apenas dos critérios de cada instituição e da sua capacidade financeira, dando primazia aos interesses locais em detrimento das necessidades do todo nacional, o que agrava ainda mais os contrastes entre regiões.

A proposta irá promover desigualdades entre os candidatos, uma vez que os critérios de seleção serão diferentes entre júris, permeáveis a favoritismos, e colocam especialistas e consultores a concorrer no mesmo concurso para as mesmas vagas.

A FNAM defendeu os concursos nacionais de colocação dos recém-especialistas, não obstante a abertura a uma revisão do modelo atual, para a qual estamos disponíveis para contribuir com soluções, e assim harmonizar as necessidades assistenciais das várias regiões do país com, transparência, equidade e justiça do processo de seleção dos candidatos. Contudo, o MS mantém-se inflexível, sem acolher os contributos da FNAM.

A salvaguarda dos médicos internos que constituem um terço da força de trabalho do SNS, através da reintegração do internato médico na carreira médica, agilizaria e facilitaria o processo de colocação dos jovens médicos.

Com o aproximar do fim do prazo legal, no próximo dia 7 de junho, para a abertura do procedimento concursal, após a homologação e afixação da lista de classificação final do internato médico, a FNAM exigiu que fossem aplicadas as regras da legislação em vigor para a colocação dos recém-especialistas nas várias áreas profissionais, de forma a evitar atrasos e prejudicar ainda mais o SNS.

Mês de sensibilização para a fertilidade- Opinião de Vânia Ribeiro

Assim em junho, assinala-se o Mês de sensibilização para a fertilidade, para tal aqui fica a opinião de Vânia Ribeiro, médica ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução.
“Se está a tentar engravidar, não acredite em tudo o que lê e ouve. Em vez disso, converse com um médico para acabar com ideias preconcebidas, mitos e falsas convicções que podem prejudicar os seus objetivos de maternidade. Em muitos casos, quando a espera começa a ser longa instalam-se níveis mais elevados de ansiedade e há uma compreensível tendência para acreditar em tudo, mesmo naquilo que não é verdade. “Há muitos mitos e muitas falsas convicções sobre fertilidade que já vêm do tempo das nossas avós e não têm fundamento. O Dr. Google pode não ser bom conselheiro. É junto do médico que a mulher ou o casal deve partilhar dúvidas e angústias”, alerta a Dra. Vânia Ribeiro, médica ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução.
Para ajudar a desmistificar questões em torno da fertilidade, a especialista do IVI Lisboa revela alguns mitos e verdades relacionados com a gravidez.
1. Engravidar é fácil. Mito!
Nós humanos, não somos propriamente a espécie mais fértil do planeta. Em cada ciclo menstrual, as mulheres em idade fértil têm apenas 20% de hipóteses de conseguir engravidar. Esta é uma das razões pelas quais se recomenda esperar um ano antes de procurar um especialista em procriação medicamente assistida para avaliar um eventual caso de infertilidade. Se a mulher tiver uma idade igual ou superior a 35 anos, este período é reduzido para seis meses para que se possa despistar eventuais problemas de fertilidade na mulher ou no casal o mais precocemente possível.
2. Ter peso a mais prejudica a fertilidade. Verdade!
O excesso de peso e/ou obesidade podem interferir com o sistema hormonal. Além disso, o risco de complicações obstétricas é três vezes maior em mulheres obesas e aumentam para o dobro a taxa de aborto. Se pretende engravidar recomenda-se estar dentro do peso ideal e ter um estilo de vida saudável.

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Artigo de Luís Miguel Condeço — E depois…de Abril

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

 

Falar de Abril não nos deve remeter apenas para a imagem da revolução e dos cravos, que apesar de se apelidar de pacífica levou consigo a vida de cinco portugueses. Mas não podemos esquecer os direitos, liberdades e garantias que este acontecimento trouxe à vida de todos nós.

Gostava de enaltecer o trabalho estatístico extraordinário, que a Fundação Francisco Manuel dos Santos já nos vem habituando com o seu portal Pordata. Não poderia por isso deixar de referir alguns dados que nos permitem refletir sobre os ganhos em saúde para os portugueses nestas últimas cinco décadas.

Em 50 anos, a população portuguesa aumentou cerca de dois milhões de habitantes, contudo a “nossa” pirâmide etária inverteu-se, correspondendo hoje as pessoas com mais de 65 anos de idade a 1/4 da população residente em Portugal (dois milhões e meio). Como tal, a esperança média de vida aumentou cinco anos (ambos os géneros), representando um acréscimo no consumo de cuidados de saúde – serviços e terapêutica.

Os cuidados de saúde têm sofrido constantes reorganizações nos últimos anos, mas é importante recordar que no início do século XX, apenas os “abastados” tinham acesso a cuidados médicos privados e os muito pobres à proteção do estado, prova disso é a criação da Direção-Geral da Saúde (e Beneficência Pública) por Decreto Real em 1899 e a criação da Assistência Nacional aos Tuberculosos (no mesmo ano) pela rainha D. Amélia, que possibilitou a construção de várias instalações, como o Sanatório Sousa Martins, inaugurado em 1907. Em 1971, o denominado “Movimento das Carreiras Médicas” conseguiu que fosse legislado a regulamentação das carreiras médicas, concretizando um desejo antigo, dividindo as carreiras destes e de todos os outros profissionais de saúde em saúde pública e hospitalar.

Não podemos esquecer que antes do 25 de abril (de 1974), a saúde materna e infantil era “frágil”, muito por culpa dos partos realizados fora de instituições de saúde (apenas 39% eram realizados sob cuidados médicos e de enfermagem), e à época contabilizávamos praticamente o dobro dos nascimentos (171.979) que temos hoje. A taxa de mortalidade infantil (crianças que faleciam com menos de 1 ano de idade) atingia os 38 óbitos por cada 1.000 crianças nascidas vivas.

A “fratura” com o passado e que possibilitou que Portugal proporcionasse nestas últimas décadas cuidados de saúde abrangentes e gratuitos, deve-se a um homem – António Arnaut.

O Ministério da Saúde tinha-se autonomizado da Assistência em 1973, e cinco anos depois, movido pelo espírito da Constituição da República Portuguesa, António Arnaut elabora um Despacho (“Despacho Arnaut”) que permite “a todos os portugueses o acesso gratuito aos serviços médico-sociais e aos hospitais, bem como à comparticipação medicamentosa”, o ideal do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, o seu nascimento só iria acontecer com a Lei de Bases da Saúde no dia 15 de setembro de 1979.

Volvidos cinquenta anos, os portugueses, mas não só, todos os residentes em território nacional têm acesso a cuidados de saúde universais e tendencialmente gratuitos. Praticamente a totalidade dos partos são realizados em instituições de saúde (públicas e privadas) com o adequado acompanhamento das equipas médicas e de enfermagem. A taxa de mortalidade infantil está entre as dez mais baixas do mundo (2,6 crianças por 1.000), tendo em 2020 atingido um mínimo histórico de 2,4.

Quanto aos recursos humanos, temos hoje em Portugal mais profissionais de saúde disponíveis para a população. O número de médicos aumentou cinco vezes e o número de enfermeiros aumentou quase quatro vezes quando comparados com 1974.

Passadas cinco décadas, num novo milénio, o nosso país tem hoje um sistema de saúde eficiente, organizado (a última reorganização este ano), e próximo das populações. Os programas em vigor, como da Diabetes, Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Mental e muitos outros, têm melhorado a saúde das populações, refletindo um compromisso político e institucional com a saúde, permitindo melhores condições de vida dos portugueses.

Não foi só Liberdade que Abril trouxe, apesar de muitas vezes nos esquecermos disso.

Inaugurado em Penalva do Castelo o Ginásio Municipal

No passado dia 29 de abril foi inaugurado o Ginásio Municipal de Penalva do Castelo pelo presidente da Câmara Municipal, Francisco Carvalho, enquanto estratégia municipal promotora do bem-estar e qualidade de vida dos munícipes.
Este novo equipamento resultou de uma recuperação de parte das infraestruturas de apoio às piscinas municipais, que permitiu criar condições cómodas e seguras para a prática desportiva.
Localizado nas instalações das Piscinas Municipais, o Ginásio Municipal dispõe das modalidades desportivas de musculação, cardiofitness, aulas de grupo, entre outras e abrirá ao público no próximo dia 2 de maio.
Informações, esclarecimentos e inscrições deverão ser efetuados junto das Piscinas Municipais, presencialmente, ou através do contacto telefónico 965 064 039.
Num investimento aproximado de 468 000,00€, este novo equipamento municipal pretende promover a prática da atividade física junto dos munícipes, bem como a sua saúde e qualidade de vida.
Mun.Penalva do Castelo

Dicas de sintomas da Síndrome do Intestino Irritável (SII)

Dores abdominais recorrentes, inchaço, obstipação e/ou diarreia. Estes são apenas alguns dos sintomas da Síndrome do Intestino Irritável (SII), distúrbio de comunicação no eixo intestino-cérebro que afeta 10 a 14% da população mundial e é duas vezes mais comum nas mulheres do que nos homens.

Com elevado impacto na qualidade de vida, quer a nível físico como psicológico, a SII é uma doença ainda pouco conhecida, feito muitas vezes por exclusão de outras patologias. Os sintomas geralmente incluem dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e obstipação ou diarreia, e a sua intensidade varia de pessoa para pessoa.

As causas da SII ainda não são claras para a comunidade científica. Há estudos que referem que o risco de desenvolver SII é cinco vezes superior após uma infeção (viral, por parasitas ou bacteriana). Outros sugerem que a alteração na comunicação intestino-cérebro pode ser causada por um desequilíbrio na microbiota (flora) intestinal, ou seja, disbiose. Neste campo, existem investigações que indicam que a disbiose é mesmo uma causa plausível de SII1.

Existem recomendações que podem melhorar a qualidade de vida dos doentes, não só ao nível da alimentação, como na alteração de estilos de vida. Em abril, mês da consciencialização para a SII, deixamos 5 dicas para conviver melhor com esta patologia.

5 DICAS PARA CONVIVER COM A SII

A alimentação é muito importante para quem vive com SII. É necessário excluir da dieta alimentos potencialmente mais propensos a dar origem a crises. Contudo, o estilo de vida e a exposição ao stress são também muito importantes na gestão diária da doença.

Fazer refeições regulares e comer devagar. Evitar saltar refeições ou ficar longos períodos sem comer.
Cuidado com as bebidas. Ingerir água e evitar bebidas com cafeína. Beber pelo menos 8 copos de água diariamente e reduzir o consumo de café ou chá a três por dia. Evitar também o consumo de bebidas gaseificadas.
Ajustar o consumo de fibras e evitar o açúcar e adoçantes. O ideal é recorrer a um nutricionista, que possa compreender que tipo de fibras e que respetivas quantidades devem ser ingeridas diariamente.
Estilo de vida mais saudável e ativo. Praticar exercício físico de forma regular e abandonar um estilo de vida mais sedentário é também importante na gestão da doença.
Controlo dos níveis de stress. O stress tem um papel muito importante na SII. Picos de stress e ansiedade podem exacerbar os sintomas e inclusivamente desencadear crises. É, por isso, fundamental, controlar os níveis de stress, recorrendo, por exemplo, a meditação ou terapia.

Na SII o exame clínico e as imagens estão normalmente normais3.

Há cerca de um ano, o Biocodex Microbiota Institute lançou uma ferramenta que ajuda os profissionais de saúde no diagnóstico da SII. Esta ferramenta, desenvolvida por três especialistas em gastroenterologia de renome internacional, contém conteúdos inovadores que ajudam a melhor compreender esta doença e a sua ligação com a microbiota intestinal.