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Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres comemoraram 77 anos ao serviço da comunidade

As comemorações dos 77 anos dos Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres tiveram vários momentos, no fim-de-semana de 6 e 7 de dezembro, uma instituição a desenvolver trabalho diariamente ao serviço da comunidade.

 Deste modo, no sábado, ao início da tarde, teve lugar a homenagem aos Diretores e Bombeiros falecidos no Memorial do Bombeiro e já na Igreja da Misericórdia realizou-se a missa de ação de graças e seguida da Bênção de duas novas viaturas (uma de transporte de doentes não urgentes e uma outra para doentes urgentes) que vão ser muito importantes para o socorro das pessoas da comunidade fornense.

Aqui Fernando Rodrigues, presidente da direção dos Bombeiros e Alexandre Lote, presidente da Câmara de Fornos de Algodres dirigiram algumas palavras à comunidade presente, seguida da bênção pelo Padre Eurico, onde foram padrinhos, dois antigos presidentes ainda vivos, José Viegas (não pode estar presente, por motivos de saúde) e David Marques.

As comemorações continuaram na manhã de domingo, no quartel dos Soldados da Paz, com a formatura para o hastear das bandeiras pelos Bombeiros do Quadro de Honra, seguida da receção às diversas entidades, onde se destaca o Presidente da Câmara, Alexandre Lote, autorida

de máxima da Proteção Civil do concelho, António Nunes, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, entre outras entidades presentes.

No interior do Quartel, depois da intervenção do Presidente da Assembleia Geral, Manuel Fonseca, seguiram-se as promoções e condecorações aos soldados da paz.

Ao longo da intervenção do Comandante Armando Costa, foi homenageado o Comandante e formador dos Bombeiros do Sabugal, pelo bom serviço de formação prestado aos bombeiros.

O Bombeiro do Quadro de Honra, José Tracana entregou um livro dos Bombeiros franceses St.Consorce , onde vem mencionados os Bombeiros de Fornos, à Direção e Comando.

Seguiram-se as intervenções de Fernando Rodrigues, presidente dos Bombeiros Fornenses, que salientou o bom trabalho da direção, o grande empenho e apoio do anterior presidente da Câmara, Manuel Fonseca. Enalteceu ainda o trabalho na concretização da candidatura dos dois novos veículos que chegarão futuramente à instituição, realçando o trabalho de Alexandre Lote e Manuel Fonseca, por parte do Município. Ainda aproveitou o momento para solicitar à Camara Municipal, sobre o processo burocrático para o alargamento das instalações, referiu que conta com o seu apoio para tal.

Ainda usaram da palavra, João Rodrigues – 2º Comandante Reg. CIMRBSE e Paulo Amaral – Federação Distrital Bombeiros da Guarda, que fez aqui nesta cerimónia a sua despedida, uma vez que vai haver eleições em breve na Federação, que anteriormente foi homenageado, pela Juvebombeiro Distrital da Guarda, com o coordenador distrital Bruno Coutinho deixar algumas palavras.

Seguiu-se António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses que trouxe palavras de alento e encorajamento a todos estes homens e mulheres que lutam dia a dia pela comunidade. Mostra-se preocupado com a reestruturação do INEM que pode advir um tempo difícil. Agora em tudo os bombeiros devem estar sempre em primeiro lugar.

Ainda o Arquiteto António Saraiva foi alvo de homenageado pelos bons serviços prestados aos bombeiros a nível geral e recebeu uma medalha de louvor.

Por fim, Alexandre Lote, presidente da Câmara de Fornos de Algodres, enalteceu o excelente trabalho feito pela instituição em prol da comunidade. Ainda deixou alguns compromissos de futuro com a instituição: o investimento já realizado em recursos humanos, equipamentos e viaturas e os novos projetos em preparação, desde a instalação de DAE no concelho até à aquisição de um dispositivo de compressões torácicas automáticas e de duas novas viaturas.

Depois, foi servido o almoço convívio, onde as famílias também estiveram presentes, num ambiente natalício, com o momento do partir o bolo alusivo aos 77 anos.

 

Guarda – Inaugurado Departamento da Saúde da Criança e da Mulher (DSCM)

Na manhã desta segunda-feira, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve na Guarda e inaugurou  as novas instalações do Departamento da Saúde da Criança e da Mulher (DSCM). Trata-se de uma obra há muito aguardada e que agora se tornou realidade.
Antes da cerimónia, a governante visitou a Urgência Médico-Cirúrgica do HSM, onde teve oportunidade de contactar com

doentes e profissionais de saúde, ouvindo as suas necessidades e preocupações.

Artigo de Luís Miguel Condeço—Não basta falar de Saúde Mental

O último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) regista um crescimento de 8,7 % no número de ocorrências de delinquência juvenil entre jovens dos 12 aos 16 anos, totalizando 1.833 atos em 2023, e com tendência a aumentar.

Em simultâneo, multiplicam-se os discursos públicos e as campanhas sobre saúde mental: escolas que falam de ansiedade, redes sociais que promovem o “bem-estar emocional”, programas institucionais dedicados à literacia em saúde mental. Contudo, quando olhamos para casos extremos de agressões familiares, homicídios cometidos por adolescentes ou episódios de violência entre pares, percebemos que algo falha. É importante que a saúde mental esteja na ordem do dia, mas não basta falar dela, é preciso agir, cedo e de forma integrada.

O caso recente do adolescente que cometeu matricídio chocou a sociedade, alimentando as manchetes e a indignação pública. Tal como a tragédia vivida em Castro Daire, onde adolescentes alegadamente envolvidos num pacto de morte abalaram toda a comunidade escolar, estes acontecimentos são sintomas de uma crise de fundo. As alterações comportamentais extremas já não podem continuar a ser tratadas apenas como “problemas de ordem pública” ou “traumas individuais”. Mais do que compreender o porquê destes gestos, importa questionar o onde estávamos nós, famílias, escolas e sociedade, quando o sofrimento começou a crescer em silêncio, sem voz nem resposta.

A investigação aponta para uma forte relação entre a exposição à violência, seja como vítima, testemunha ou partícipe, e o risco acrescido de desenvolver perturbações psiquiátricas como a ansiedade, a depressão ou o stress pós-traumático. Em Portugal, o relatório Saúde Mental dos Jovens identifica igualmente fatores como o bullying, o cyberbullying, a violência no namoro, a solidão e as relações familiares conflituosas como determinantes da vulnerabilidade psicológica. O aumento da delinquência juvenil, registado pelo RASI, obriga-nos a refletir sobre os nexos entre saúde mental, vigilância precoce e contextos de adversidade.

A contradição é evidente, fala-se muito sobre saúde mental, mas raramente esse discurso se traduz em redes de cuidado capazes de intercetar os percursos de risco dos nossos jovens. Fala-se em acolhimento psicológico nas escolas, mas quantos programas sistemáticos existem que articulem escola, família, serviços de saúde e comunidade? Fala-se em literacia emocional, mas quantos pais são realmente formados para exercer o seu papel de vínculo protetor? Fala-se em “prevenção” de forma abstrata, mas quantos profissionais detetam, a tempo, os sinais de isolamento, agressividade ou vulnerabilidade emocional antes de se converterem em violência?

No cerne do problema está o negligenciado valor da relação, da presença e do vínculo. Em contextos escolares, comunitários ou familiares, o contacto humano e o acompanhamento próximo (pais, professores, membros da comunidade escolar) constitui fator protetor. Pelo contrário, laços frágeis ou inexistentes aumentam exponencialmente o risco de sofrimento psicológico e de comportamentos violentos.

Impõe-se, por isso, uma política pública que se mobilize de forma real e coordenada:

  • para uma intervenção precoce e integrada, capaz de detetar sinais de sofrimento emocional e comportamentos desviantes nas escolas e famílias, articulando serviços de saúde mental, assistência social e comunidade local;
  • para o fortalecimento das redes de cuidado, onde pais, professores, associações e instituições de saúde se assumam como âncoras de suporte efetivo, dotando o espaço escolar de mais equipas de psicologia;
  • e para a transformação do discurso em prática, através da formação parental, da capacitação docente e da construção de comunidades mais atentas e solidárias.

Falar sensibiliza e desperta consciências, mas por si só, não impede que o sofrimento visível ou oculto se transforme em tragédia. A verdadeira mudança exige que passemos da palavra à ação, da escola à família, da comunidade ao serviço de saúde, do discurso ao cuidado.

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

Trancoso – Ação de sensibilização dedicada ao Acidente Vascular Cerebral (AVC)

No âmbito do Eixo 4 – Atividade 1 do Plano de Ação do CLDS, realizou-se  no Auditório do Pavilhão Multiusos, uma ação de sensibilização dedicada ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), com o objetivo de informar a comunidade sobre a importância da prevenção, da adoção de estilos de vida saudáveis e da atuação correta em caso de emergência.

A iniciativa contou com a colaboração da Unidade de Saúde Local (ULS), representada pelas enfermeiras Sofia e Claudina e pela estagiária na área da nutrição Rafaela, que abordaram temas como os sinais de alerta do AVC, a importância de uma alimentação equilibrada e os principais fatores de risco associados à doença.

Os Bombeiros Voluntários de Trancoso também marcaram presença, com a participação do bombeiro, Luís Fonseca, que abordou uma perspetiva prática dos meios de socorro disponíveis e os procedimentos a adotar perante uma situação de suspeita de AVC, reforçando a necessidade de acionar rapidamente os serviços de emergência.

𝗘𝘀𝘁𝗲 𝗣𝗿𝗼𝗷𝗲𝘁𝗼 é 𝗮𝗽𝗼𝗶𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗹𝗼 𝗙𝗦𝗘+, 𝗣𝗲𝘀𝘀𝗼𝗮𝘀 𝟮𝟬𝟯𝟬, 𝗣𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝗮𝗹 𝟮𝟬𝟯𝟬 𝗲 𝗣𝗲𝗹𝗮 𝗨𝗻𝗶ã𝗼 𝗘𝘂𝗿𝗼𝗽𝗲𝗶𝗮 “𝗢𝘀 𝗙𝘂𝗻𝗱𝗼𝘀 𝗘𝘂𝗿𝗼𝗽𝗲𝘂𝘀 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗣𝗿ó𝘅𝗶𝗺𝗼 𝗱𝗲 𝗦𝗶”.

Por:MT

Artigo de Sara Morais—ANSIEDADE EXISTENCIAL E A HIPNOTERAPIA

A natureza é caracterizada pela sua ciclicidade, lançamos uma semente na terra, esperamos que esta ganhe raízes para que possa germinar, crescer, florescer e morrer. Assim como as fases da lua, como o dia e a noite, como as marés…Há um ritmo inerente a tudo!  O Ser Humano como elemento natural faz parte,também, de um ciclo: nascer, viver e morrer. Durante este “viver”, o leitor cumpre a sua experiência através de uma ciclicidade de eventos como as guerras, pandemias, perdas de referências, crises económicas, afetos e desafetos, grandes e rápidas transformações sociais, doenças, mudanças de valores e comportamentos. Esta roda viva que é a vida favorece aquilo que se designa por ansiedade existencial.

A ansiedade existencial é caracterizada por uma angústia profunda alimentada pelas perguntas centrais da existência: “Quem sou eu?”, “Qual é o sentido da minha vida?”, “Como lidar com a morte e a finitude?”. Embora estas interrogações façam, naturalmente, parte da condição humana e possam impulsionar crescimento pessoal, também, quando persistem de modo recorrente ou intenso, compromete a saúde mental, pois pode criar sofrimento e favorecer o isolamento, assim como afetar o bem-estar, o sono, a motivação, relações inter e intra-pessoais, desencadear depressão ou bloqueios existenciais.

A hipnoterapia surge como uma ferramenta terapêutica que pode oferecer caminhos complementares para aliviar essa ansiedade existencial. Ao induzir um estado de relaxamento e de consciência, existe uma maior atenção e concentração e uma menor funcionalidade crística consciente o que permite a permeabilidade da mente. Neste seguimento, ao intervir na ansiedade existencial é possível trabalhar os valores pessoais, o sentido de vida, permite ao leitor entrar em contacto com o que verdadeiramente lhe é importante, assim como o que pode estar escondido ou esquecido. Esta primeira abordagem poderá aliviar o sentimento de vazio ou de desorientação existencial. Uma outra abordagem é o trabalho sobre a redução de medos profundos, como por exemplo: o medo da morte ou de morrer, medo do sofrimento ou isolamento. Neste âmbito, as técnicas utilizadas ajudam a enfrentar e as reprocessar esses medos. Ainda no modelo interventivo existem as imagens terapêuticas e metáforas que ajudam a trabalhar o sentimento de segurança e a reconciliação com o “eu”. Existe, também, práticas de auto-hipnose e auto cuidado que podem ser trabalhadas para que o leitor reúna as ferramentas necessárias para a auto regulação emocional.

Em conclusão, a hipnose não é uma “cura milagrosa”, não resolve todos os conflitos existenciais sobretudo se houver condições psiquiátricas graves associadas, ou se for utilizada sem acompanhamento. No entanto, aparece como uma intervenção promissora para aliviar a ansiedade existencial, através da facilitação de significado, redução do medo ou sofrimento, do uso de metáforas simbólicas e da criação de práticas de auto-hipnose, pode ajudar o leitor a encontrar maior sentido de vida, mais aceitação e menos angústia.

 

Sara Morais – Hipnoterapeuta

 

 

ANEM – Med on Tour em Fornos de Algodres

Vai ter início nesta quinta-feira, dia 23 e prolonga-se até domingo, dia 26, uma ação denominada ANEM – MED ON TOUR, por um grupo de estudantes de Medicina desenvolverão várias iniciativas junto da população do Concelho de Fornos de Algodres, nomeadamente:
– Rastreios Cardiovasculares, em locais públicos, e porta-a-porta;
– Sessões em Lares/Centros de Dia;
– Ações de formação em escolas;
– Ações com crianças;
– Ação de sensibilização para a problemática das infeções sexualmente transmissíveis.

De salientar que , o rastreio em local público será, no sábado, dia 25 de outubro, pelas 14h30, no Largo da Misericórdia  (em caso de condições climatéricas adversas será na Residência de Estudantes).

O Med on Tour é um programa da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) e define-se como uma atividade de promoção da saúde e prevenção da doença, através do desenvolvimento de iniciativas cujo objetivo primordial é o aumento da literacia em saúde da população portuguesa.
Através das iniciativas propostas a ANEM pretende aproximar a saúde das populações com mais carência de cuidados e contribuir para a formação de melhores médicos.

Artigo de opinião de Luís Miguel Condeço—Entre o desperdício e a fome

Dia 16 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Alimentação, uma data que, mais do que evocativa, deverá ser um apelo à consciência coletiva. Instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), este dia convida-nos a refletir sobre os desafios globais da alimentação. Nos países desenvolvidos, a atenção recai principalmente sobre a alimentação saudável e a sustentabilidade alimentar, procurando-se reduzir o consumo de produtos ultraprocessados (produzidos industrialmente e com alto teor de sal, açúcar e gorduras), valorizar a produção local e promover dietas amigas do ambiente. Mas enquanto discutimos a origem biológica de um tomate ou a redução da pegada de carbono da carne, há milhões de pessoas que continuam simplesmente a lutar pela sobrevivência.

Cerca de 673 milhões de pessoas estão em situação de fome no mundo, segundo o relatório mais recente da FAO (2024). E não se trata apenas de um dado estatístico, mas de um flagelo que destrói vidas, compromete futuros e mina comunidades inteiras. Entre as suas vítimas mais cruéis estão as crianças, que em muitos países chegam à escola com o estômago vazio e regressam a casa sem garantia de uma refeição. Em zonas de conflito, como Gaza, Sudão ou Iémen, a fome já foi classificada como “catástrofe”, traduzindo-se em milhares de mortes silenciosas, raramente mediáticas, mas devastadoras.

Este cenário contrasta violentamente com o que se passa nas sociedades desenvolvidas. Aqui, o problema não é a escassez, mas sim o excesso e o desperdício. Estima-se que um terço dos alimentos produzidos globalmente nunca seja consumido. Basta olhar para o nosso dia a dia: prateleiras cheias em supermercados, fruta descartada por imperfeições estéticas, refeições preparadas que expiram nas vitrinas e toneladas de sobras que nunca chegam a quem precisa. O desperdício é banalizado, invisível pela abundância, mas carrega consigo uma responsabilidade ética inegável.

A Direção-Geral da Saúde e outras entidades sublinham a importância de uma alimentação equilibrada, diversificada e sustentável, como parte essencial da saúde pública e da mitigação das alterações climáticas. Estas preocupações são legítimas e urgentes, precisamos de reconfigurar os nossos sistemas agroalimentares para produzir de forma mais eficiente, reduzir o impacto ambiental e proteger o futuro das próximas gerações. No entanto, não podemos cair na armadilha de acreditar que sustentabilidade é apenas um conceito associado à ecologia. Não existe sustentabilidade num mundo onde a fome persiste e mata.

O futuro da alimentação decide-se em várias frentes. Nos países mais desenvolvidos, passa por políticas de incentivo à produção local, educação alimentar e combate ao desperdício. Nos países menos desenvolvidos, exigem-se estratégias estruturais de combate à fome, reforço da agricultura familiar, acesso equitativo a mercados e apoio humanitário consistente. É urgente reconhecer que a alimentação saudável e a luta contra a fome fazem parte de um mesmo compromisso global.

Evocar o Dia Mundial da Alimentação deve servir para interpelar consciências. Não basta multiplicar campanhas sobre dietas equilibradas se não denunciarmos também a injustiça gritante de um planeta onde alguns contam calorias, enquanto outros contam migalhas. Cada cidadão pode ser parte da solução, reduzindo o desperdício em casa, valorizando os produtores locais, apoiando projetos solidários e exigindo aos decisores políticos que a fome seja tratada como prioridade absoluta da agenda internacional.

Entre o desperdício e a fome, ergue-se o maior paradoxo do nosso tempo. Como pode a humanidade, em pleno século XXI, ainda não ser capaz de garantir a todos o mais básico dos direitos, o direito a alimentar-se com dignidade.

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

Município de Celorico da Beira foi distinguido com o Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros

Recentemente, o município de Celorico da Beira foi distinguido com o Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros, numa cerimónia realizada , no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que contou com a presença do Secretário de Estado da Administração Local, Silvério Regalado, entre outras personalidades, por parte do município celoricense, esteve a vice-presidente , Teresa Cardoso e ainda a Técnica Sofia.
A sexta edição do “Prémio Autarquia do Ano” é uma iniciativa do Jornal ECO, com o apoio do Grupo Mosqueteiro, que visa reconhecer, valorizar e distinguir os Municípios e as Freguesias que se evidenciaram nas mais diversas áreas de intervenção, pelas suas iniciativas e práticas inovadoras de gestão rigorosa do interesse público.
Os projetos candidatados foram sujeitos à avaliação de um júri, constituído por personalidades da sociedade civil, que os apreciou, selecionando os projetos que melhor serviram o interesse público, para atribuição do galardão.
Neste contexto, o município Celorico da Beira foi distinguido, mais uma vez, a nível nacional, com a atribuição deste prémio, pelo trabalho desenvolvido na área da “Saúde e Bem-estar”.

Cruz Vermelha assinala o Mês da Saúde Mental

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) assinala o Mês da Saúde Mental reforçando as iniciativas que implementa junto da população para promover o bem-estar emocional das pessoas e das comunidades.
Num contexto social cada vez mais exigente, a saúde mental tornou-se uma prioridade transversal da ação humanitária da CVP, presente em todas as fases da vida e em múltiplas respostas: da infância à idade sénior, do apoio individual à intervenção comunitária, passando por programas de capacitação e inclusão social.
De norte a sul do país, a CVP está no terreno, próxima das comunidades e das suas realidades. A saúde mental cruza-se diariamente com o trabalho das equipas: nas escolas, nas respostas sociais, nos programas de emergência e nos projetos de reintegração e envelhecimento ativo.
Com mais de uma centena de técnicos que integram equipas multidisciplinares capacitadas para ouvir, acompanhar e apoiar pessoas em diferentes momentos da vida, promovendo competências pessoais e sociais, autonomia e bem-estar, através de ações como:
Projeto EU4Health, iniciativa financiada pela União Europeia e coordenada pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, capacitou profissionais e voluntários de diferentes organizações, nomeadamente a comunidade escolar, em Primeiros Socorros Psicológicos, reforçando a resposta junto das pessoas deslocadas pelos conflitos na Ucrânia. Deste projeto, resultou o Guia de Etiqueta em Saúde Mental – recurso gratuito que oferece orientações práticas sobre como ouvir, apoiar e cuidar emocionalmente dos outros com respeito e empatia.
Projetos comunitários e de inclusão social, que combinam apoio psicossocial, dinâmicas de grupo, atividades recreativas e ações de prevenção, promovendo autonomia, equilíbrio emocional e coesão social.
Intervenção em contexto de crise e catástrofe, com programas de recuperação emocional e sessões de grupo após incêndios e outras emergências, garantindo o acompanhamento das populações afetadas e dos operacionais envolvidos.
Programas educativos e didáticos, que ajudam as crianças a identificar sentimentos, gerir emoções, desenvolver empatia e aprender a cuidar da própria saúde mental.
Apoio psicológico e terapia acessível através de parcerias locais com municípios, serviços de saúde e escolas, assegurando o acompanhamento individualizado de crianças, jovens, adultos e seniores em situação de vulnerabilidade.
Projetos de envelhecimento ativo, com atividades de estimulação cognitiva, expressão artística, grupos de partilha e sessões de sensibilização que promovem o bem-estar e a inclusão de idosos que, na sua grande maioria, se encontram isolados por razões geográficas, de saúde ou familiares.
Serviço de Teleassistência, um dispositivo simples que garante companhia, segurança e resposta imediata a quem vive sozinho ou em situação de maior vulnerabilidade. Através deste serviço, a CVP assegura não só monitorização e contacto permanente, mas também um sentido de presença e tranquilidade que faz toda a diferença na vida de quem é acompanhado.
Apoio especializado a pessoas em situação de exclusão ou sem-abrigo, com acompanhamento técnico, psicológico e psiquiátrico, favorecendo a estabilização emocional e a reintegração social.
A CVP tem também vindo a integrar soluções digitais e tecnológicas nos seus programas de promoção da saúde mental, para chegar mais longe e a mais pessoas. Campanhas online, vídeos interativos e materiais pedagógicos digitais tornam o tema mais acessível, natural e próximo: porque falar de saúde mental deve ser simples, seguro e possível em qualquer contexto.
António Saraiva, Presidente Nacional da CVP destaca: “Vivemos tempos exigentes, em que a solidão pesa mais e as vulnerabilidades se tornam mais visíveis. É nestes momentos que a presença da Cruz Vermelha faz a diferença. A saúde mental é parte deste compromisso. É estar ao lado das pessoas, nos dias em que o silêncio é mais pesado, nas horas em que o medo aperta, nas fases em que o futuro parece distante. Somos uma resposta de proximidade, que nasce do encontro humano, da empatia e da convicção de que cuidar é o gesto mais transformador que podemos oferecer.”
Consciente do impacto da saúde mental junto da população, a CVP vai, através das suas Escolas Superiores, organizar o Congresso Nacional de Saúde Mental, a realizar-se no dia 31 de outubro, em formato online e de acesso gratuito. O encontro reunirá especialistas, profissionais e comunidade académica para refletir sobre os desafios atuais e futuros da saúde mental, sublinhando a importância de integrar este tema em todas as respostas humanitárias e sociais.

Saúde – Artigo de opinião- Vitamina B12 revelou-se um suporte essencial na gestão da dor neuropática

Dor neuropática é debilitante e afeta até 10% da população mundial

A dor neuropática é uma condição debilitante que afeta entre 6,9% e 10% da população geral[1], resultante de lesões ou disfunções no sistema nervoso. Trata-se de um dos maiores desafios clínicos na prática médica, com impacto significativo na qualidade de vida dos doentes. Apesar da sua complexidade, cresce a evidência científica que aponta para o papel fundamental da vitamina B12 no apoio à saúde neurológica e no alívio da dor[2]. Num contexto clínico cada vez mais atento aos fatores nutricionais como moduladores da dor, a vitamina B12 assume um papel central na abordagem multidisciplinar da dor neuropática.

A vitamina B12 é essencial para funções vitais do organismo, incluindo a produção de glóbulos vermelhos, a síntese de ADN (ácido desoxirribonucleico) e a manutenção da integridade do sistema nervoso[3]. A sua ligação à dor neuropática deve-se sobretudo ao papel central na produção de mielina – a camada protetora que envolve os nervos e assegura a correta transmissão dos impulsos nervosos. Quando os níveis de vitamina B12 são insuficientes, os nervos ficam mais expostos e vulneráveis a transmitir sinais de dor de forma anómala. Além disso, o défice pode desencadear processos inflamatórios e oxidativos que agravam os sintomas.

A deficiência desta vitamina pode, entre outros, manifestar-se em sinais como fadiga, alterações cognitivas, perturbações do humor e dor persistente. Está também associada ao aumento da homocisteína, um marcador inflamatório associado ao risco cardiovascular e neurológico, e à redução da produção de mielina, o que conduz a disfunções neurológicas, hiperexcitação do sistema nervoso e agravamento da dor. Se não for corrigido, o défice está também frequentemente associado a complicações mais graves, incluindo síndromes demenciais[4].

Por ser um fator corrigível, a suplementação com vitamina B12 representa uma oportunidade relevante no tratamento da dor neuropática. Estudos clínicos[5] demonstram que a administração desta vitamina pode regenerar fibras nervosas, reduzir a inflamação e aliviar a dor em diferentes condições, como neuropatia diabética, nevralgia do trigémio e dor lombar crónica. Num ensaio randomizado com doentes com lombalgia, a suplementação intramuscular reduziu em 87% a dor e em 82% a incapacidade funcional[6]. Adicionalmente, a vitamina B12 demonstrou propriedades anti-inflamatórias semelhantes às dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)4, promovendo analgesia de forma segura.

Segundo o Dr. Raul Marques Pereira, coordenador do Grupo de Estudos de Dor da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), “A vitamina B12 é essencial para a síntese de mielina e regeneração axonal, protegendo os nervos de danos. Atua na redução da homocisteína e modula neurotransmissores, contribuindo para o alívio da dor neuropática. A sua suplementação tem um efeito importante na função nervosa e na redução dos sintomas de neuropatia.”

A literatura científica sugere ainda que a vitamina B12 pode ter um efeito sinérgico quando associada a outras terapêuticas, como antidepressivos ou analgésicos opioides, aumentando a eficácia global do tratamento e permitindo reduzir doses elevadas dessas terapias. Além disso, a administração intramuscular tem-se mostrado segura, com efeitos adversos mínimos (como dor ou hematoma no local da injeção), reforçando a sua utilidade clínica quando bem indicada.[7].

O Dr. Raul Marques Pereira acrescenta ainda que “A vitamina B12 mostra maior eficácia em neuropatia causada por compressão nervosa, neuropatia diabética, pós-herpética e induzida por quimioterapia, especialmente com suplementação através de formas ativas de B12.”

Embora muitas vezes lembrada apenas pelo seu papel no metabolismo e na energia, a vitamina B12 desempenha um papel decisivo na integridade do sistema nervoso. O reconhecimento da sua importância, aliado a estratégias de diagnóstico precoce e suplementação adequada, pode tornar-se um passo fundamental no combate à dor neuropática e na melhoria da qualidade de vida dos doentes.

fonte:Recordati foto:DR