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Artigo de Luís Miguel Condeço—-Até que a Voz me doa

 

 Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

É já no mês de maio que todos podemos assistir ao sempre aguardado Festival da Eurovisão, e que tantas alegrias nos traz ao recordarmos o Salvador, o Zé, o Carlos ou a Simone. E destes extraordinários artistas há uma caraterística comum, a sua voz única e cativante.

As vozes melodiosas fazem emergir em nós sensações agradáveis e de bem-estar, independentemente de se tratar de uma soprano ou de um tenor, como o Andrea Bocelli, um dos meus preferidos.

A capacidade de vocalizar sons deve-se ao complexo aparelho que possuímos e que podemos dividir em três partes distintas: os pulmões que geram um fluxo de ar e que por ação conjunta com o diafragma, expulsam o ar que passa pela laringe (onde estão as cordas vocais), e que sai pelos lábios e fossas nasais. A vibração das cordas vocais e a ação dos músculos e estruturas da cavidade oral contribuem para articular e modelar o som (voz), conferindo a sua própria unicidade a cada um de nós.

No ser humano as cordas vocais podem vibrar entre 125 ciclos por segundo no homem (voz grave), a 250 ciclos por segundo na mulher (voz aguda). Correspondendo a uma frequência (velocidade de propagação do som) entre 100 a 200 hertz nos homens e 200 a 400 hertz nas mulheres, enquanto que nas crianças a frequência da voz não é inferior a 300 hertz. É claro, que a capacidade de absorção (audição) do som atinge frequências mais elevadas, mas nunca tanto como outros mamíferos (golfinhos).

Tal como na natureza, também o homem depende da emissão de sons para comunicar, interagir ou relacionar-se, e a má utilização do seu aparelho vocal é responsável por um diverso número de doenças. Foi pelos crescentes episódios de disfonia (alterações na emissão vocal) e com o objetivo de promover a saúde do aparelho vocal e prevenir doenças da laringe, que a Sociedade Europeia de Laringologia e principalmente pela iniciativa do seu presidente português (Professor Mário Andrea), que em 2003 se começou a comemorar o Dia Mundial da Voz, no dia 16 de abril.

Proteger a voz é possível, basta que adote alguns cuidados:

  • A hidratação é fundamental, deve beber água à temperatura ambiente com frequência;
  • Reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas e gaseificadas, assim como, as bebidas muito quentes (café e chá);
  • Não deve fumar, e os espaços com presença de fumo devem ser evitados;
  • Evitar os ambientes onde existam partículas inaláveis (pó e/ou ar condicionado);
  • Falar de forma pausada, articulando bem as palavras;
  • Evitar os ambientes ruidosos, pois vão propiciar a elevação do tom da voz;
  • Não sussurrar, pois provoca um esforço acrescido na voz;
  • Adotar estilos de vida saudáveis.

Estes cuidados não dispensam a nossa atenção quanto a sinais de alerta, que devemos ter em conta: a rouquidão (ou alterações na voz), dificuldade em engolir, sensação de corpo estranho, perda súbita de peso, falta de ar, tosse com presença de sangue, hemorragia nasal e tumefação cervical (pescoço).

Os tumores da orofaringe, laringe e traqueia devem ser alvo de uma rápida intervenção multidisciplinar, mas para isso é fundamental evitar os fatores de risco e realizar rastreios com alguma frequência. Além da vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano, da evicção de inalação de partículas e da realização de uma correta higiene oral, não fume nem ingira álcool, pois estes dois fatores de risco aumentam 35 vezes o risco de aparecimento deste tipo de tumores.

Apesar da Maria da Fé apelar à utilização da voz até ao extremo, hoje sabemos que é essencial preservá-la e protegê-la. Podemos cantar, mesmo que os dotes artísticos não sejam inatos para todos, mas sem que a voz nos doa.

II Internacional Congress The Child in The World Today and Tomorrow em Viseu

A Unidade Científico Pedagógica de Enfermagem da Criança e do Adolescente da Escola Superior de Saúde de Viseu, vai organizar nos próximos dias 27 e 28 de maio de 2024 o II International Congress The Child in the World Today and Tomorrow.

Trata-se de um evento científico que privilegia as temáticas relativas à Saúde Infantil, como as intervenções de enfermagem em contexto neonatal, a promoção da saúde infantojuvenil, a atuação do enfermeiro em contexto pediátrico e quais as políticas de saúde infantil para a próxima década.
O evento pretende assinalar o Dia Mundial da Criança e representa um marco significativo no nosso compromisso com o bem-estar e o futuro de todas as crianças.
Neste sentido, reunimos líderes, investigadores, profissionais e estudantes de enfermagem de Portugal, Guiné-Bissau, Espanha e Brasil, dedicados a explorar os desafios, a partilhar experiências e oportunidades que moldam o presente e o futuro das crianças. Este ano contamos também com a presença de representantes da Direção-Geral da Saúde, da Organização Mundial de Saúde e do Fundo para as Populações das Nações Unidas.

Artigo de opinião de Sara Morais ——-Mente: A cruel e invisível prisão

A mente humana é incrível, disso não há dúvida, é um dos locais mais brilhantes que escondem, ainda, grandes mistérios e um potencial infinito. É neste “lugar” que reside toda a nossa capacidade de agir, de produzir ideias, conceitos, de raciocinar e imaginar, o que identifica a nossa singularidade perante todas as outras formas de existência na natureza. Neste sentido, o homem é, antes de tudo, livre porque detém a capacidade de agir sobre si mesmo, de propor ideais, de agir de acordo com a razão, dispondo da autodeterminação, independência e autonomia para impor limites aos impulsos do desejo e do instinto.

Embora, na prática, não seja possível aprisionar todas as conexões sinápticas cerebrais, a verdade é que, por vezes, a mente torna-se numa verdadeira prisão sem grades. A maior barreira mental afirma-se quando o leitor desenvolve em si as ideias limitantes, porque acredita na sua incapacidade, tornando-se refém e escravo de si próprio e, com isso, esgota todas as oportunidades viáveis de ser feliz.

Ao contrário do carcere físico, em que a ação libertadora poderá estar dependente de terceiros, neste caso só o leitor poderá soltar os grilhões que o prendem a uma vida de frustração plena e das mais variadas crenças limitantes. É importante assinalar que, em grande maioria das situações, o regime de crenças é desenquadrado da realidade e sustentado pela inércia do próprio leitor. E, quando há, uma tentativa real falha, o leitor cerca-se do seu fracasso inicial e investe, ainda mais, na sua ideação entorpecedora. Isto, tornar-se-á numa dificuldade em reconhecer quando está, de facto, refém dos seus próprios pensamentos, uma vez que a “verdade” que se instala parece real e absoluta.

Contudo, o fracasso não tem que ditar a sua história de vida. Até, porque, a escada do sucesso prende-se exatamente pela persistência, pelo falhar, o cair, o levantar e insistir até resultar. Exatamente, como uma pequena semente que é lançada à terra que passa pela incerteza da escuridão, pela humidade e erosão e, que no final, acaba por desenvolver as suas raízes para prosperar no seu meio envolvente. Todo processo de aprendizagem para estar bem consigo e com a vida, mora exclusivamente, dentro da sua decisão e atitude.

A Hipnose Clínica é uma ferramenta terapêutica que pode auxiliar o leitor nesta demanda. Inicialmente, são identificados os pensamentos emocionais, psicológicos e irracionais, formados através das várias experiências de interação com o meio. Seguidamente, o leitor irá desenvolver o autoconhecimento de como estas crenças afetam a sua vida. Cada pensamento tem um impacto diferenciado, por vezes, profundo na forma como exibe as suas próprias decisões e comportamentos. Esta consciencialização permite que o leitor se adapte melhor à mudança. Posteriormente, e ao adquirir este novo olhar sobre estas ideias e sensações irracionais, o leitor é convidado a mergulhar nas suas memórias para  descobrir a origem das crenças para refutar, eliminar e alterar esses padrões de pensamento. Neste seguimento, surge uma nova “programação” mental, em que consiste numa reestruturação dos significado que o leitor atribui, interpreta e aplica ao seu “eu” e ao mundo ao seu redor. Esta reorganização cognitiva pressupõe um maior auto domínio sobre a resposta emocional e, por conseguinte, permite finalmente soltar-se da mais cruel e invisível prisão: a mente.

No próximo boletim de saúde poderá verificar mais sobre as crises existenciais, os objetivos de vida e como qual a intervenção da Hipnose Clínica.

Sara Morais – Hipnoterapeuta

Artigo de Luís Miguel Condeço—Sem Crises

 

 

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

 

Muitos foliões portugueses e não só, festejam o secular “carnis vale” (ou Carnaval), esta festa de origem pagã tornou-se importante para os cristãos enquanto ponto de partida para o período quaresmal.

As celebrações carnavalescas coincidem este ano com o dia de São Valentim, ícone comercial dos apaixonados, românticos e namorados, que muito contribuem para o desenvolvimento das atividades comerciais nacionais.

Curiosa é a forma como Valentim aparece nos nossos dias, revestido de um peso histórico considerável e que até o campo clínico não pode descurar. Apesar da controversa em torno do padre Valentim (também com referência em alguns textos a bispo), acredita-se que terá sido perseguido e mais tarde executado pelo imperador Claudius Gothicus (Cláudio II) no século III, pela sua ação enquanto disseminador do cristianismo, mas também, enquanto “casamenteiro” dos soldados solteiros das legiões romanas, motivando o abandono e a menor ousadia nos campos de batalha.

São Valentim (já que nunca desapareceu do Martirológio Romano), emerge pela “mão” de Hartmann Schedel na sua obra mais importante do século XV (1493) e uma das mais emblemáticas da Idade Média – o Liber Chronicarum ou Crónicas de Nuremberga. O relato de um Santo que consegue curar homens e mulheres “doentes da cabeça” ou do corpo, está presente quer nas Crónicas como em pinturas e gravuras da época, onde é visível a presença de sinais clínicos, que hoje genericamente relacionamos com a epilepsia.

Já no papiro de Ebers (1500 anos a.C.) a epilepsia é relatada e até um tratamento (!) é sugerido, contudo é Hipócrates que defende a origem cerebral da doença contrariando a “comunidade científica” grega da época, que julgava tratar-se de uma possessão espiritual.

Hoje sabemos que a epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que provoca crises epilépticas (alterações no processo de comunicação entre as células cerebrais – neurónios), ou descargas elétricas anormais manifestando-se de forma mais comum em convulsão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica outras manifestações desta atividade elétrica cerebral anormal além das convulsões (manifestações motoras), como o comportamento e sensações anormais (sintomas sensitivos, alucinações visuais, sintomas psíquicos ou alterações da linguagem), e por vezes, perda de consciência. Afeta pessoas de todas as idades, e em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Neurologia estima que 1 em cada 200 portugueses têm epilepsia.

Desde 2015, na segunda 2ª-feira do mês de fevereiro, a International Bureau for Epilepsy (Agência Internacional para a Epilepsia) e a International League Against Epilepsy (Liga Internacional contra a Epilepsia), promovem a iniciativa do Dia Internacional da Epilepsia, que este ano se evoca no dia 12.

A OMS considera esta iniciativa fundamental para a implementação do seu Plano Global de Ação Intersectorial até 2031, que tem como principal objetivo fortalecer a abordagem à epilepsia pela saúde pública e duas metas globais que visam colmatar as principais lacunas no tratamento e a inclusão de pessoas portadoras da doença em todo o mundo. A baixa literacia em saúde e os mal-entendidos ou mitos sobre a epilepsia, são os principais obstáculos no alcance destas metas.

A falta de conhecimento traduz-se em estigma social e exclusão e leva à discriminação de pessoas com epilepsia no trabalho, na escola ou na comunidade. Assim, é importante clarificar que:

– Nem todas as pessoas com epilepsia têm convulsões;

– Nem todas as pessoas com convulsões têm epilepsia;

– Durante uma crise convulsiva não se deve introduzir qualquer objeto na boca, a atuação correta passa pela lateralização da pessoa e não restrição de movimentos;

– As pessoas com epilepsia não têm à partida limitações cognitivas ou físicas;

– A epilepsia pode surgir em qualquer idade;

– Os estímulos luminosos não provocam crises em todas as pessoas com epilepsia;

– As mulheres com epilepsia podem engravidar;

– Filhos de pais com epilepsia têm um risco baixo de ter a doença;

– Em regra geral as pessoas com epilepsia podem praticar desporto.

 

O adequado conhecimento sobre esta doença possibilita um rápido e fácil acesso ao tratamento, e apoio às pessoas com epilepsia e aos que delas cuidam.

FNAM em comunicado-Novos Centros de Resp. Integrados em Serviço de Urgência podem colocar médicos e doentes em risco

Em comunicado a FNAM refere:” O Ministério da Saúde de Manuel Pizarro não foi capaz de avançar com propostas capazes de melhorar o trabalho em serviço de urgência e a prestação dos cuidados de saúde, com propostas ancoradas nas condições de trabalho. Em detrimento disso, preferiu uma construção perversa de indicadores para atribuição de incentivos sem qualquer suporte técnico-científico e de difícil concretização, publicando legislação sem ouvir os médicos, no que chama “equipas dedicadas de urgências”.

Esta Portaria, publicada ontem para ser aplicada amanhã, que pretende alterar de forma estrutural a organização dos serviços de urgência, é vazia quer em medidas que melhorem o trabalho em serviço de urgência, quer em matérias que de facto se traduzam em melhor prestação de cuidados aos doentes que aí recorrem.

A manchete não podia ser mais retumbante: “equipas dedicadas nas urgências terão aumentos salariais de pelo menos 60%”, isto em cinco “projetos-piloto” a partir das Unidades Locais de Saúde (ULS) de Santa Maria, São José, Coimbra, São João e Santo António.

Ao fazermos a análise à Portaria nº28/2024, constatamos que os valores da massa salarial não são aqueles que o Governo adiantou à comunicação social: à base remuneratória prevista para o regime de dedicação plena, acrescem suplementos remuneratórios dependentes de métricas, algumas inatingíveis e, outras, totalmente alheias ao desempenho dos médicos. Estes indicadores não têm suporte técnico e científico, e são relativos a parâmetros que nos dizem pouco ou nada sobre a eficiência dos serviços de saúde, ao contrário do propagandeado pelo Ministério de Manuel Pizarro.

Os hospitais escolhidos para os “projetos-piloto”, são hospitais universitários e de fim de linha, que recebem, naturalmente, doentes fora da área de influência direta da ULS. Inexplicavelmente, esta é uma das métricas a ser avaliada como um indicador de acessibilidade. Estão ainda previstos indicadores economicistas como a percentagem de episódios de urgência que originam internamento, taxa de readmissões ao SU e o gasto médio com meios complementares de diagnóstico e terapêutica por doente sem internamento, entre outros, que não são relevantes na análise da qualidade do serviço de urgência e na verdade pressionam o ato médico à velocidade e à poupança, expondo-o ainda mais ao risco.

Por outro lado, a afluência da população ao Serviço de Urgência (SU) depende de fatores externos, como a cobertura de cuidados de saúde primários da região com capacidade de resposta à doença aguda, e dos serviços hospitalares responderem a situações não programadas à doença crónica nas várias especialidades, frequentemente sem médicos suficientes, por falta de vontade política e de competência do Ministério de Manuel Pizarro em tornar o SNS capaz e atrativo.

Por fim, não deixa de ser assinalável que o mesmo Governo que entendeu não ter legitimidade para negociar com os médicos mais do que grelhas salariais, anuncie agora aquilo que apresenta como uma reforma estrutural dos serviços de urgência, desenvolvida sem qualquer articulação com as estruturas representantes dos médicos, em unidades vitais para todo o ecossistema do Serviço Nacional de Saúde”.

Por:FNAM

 

Celorico da Beira acolheu Sessão de sensibilização “Obesidade e doenças associadas”

Teve lugar, no auditório do Centro Cultural de Celorico da Beira, no âmbito do projeto ATIVAR+MENTE, uma sessão de sensibilização subordinada à temática da obesidade e doenças associadas. Esta iniciativa foi promovida pelo Gabinete de Ação Social da Câmara Municipal de Celorico da Beira e contou com a participação da nutricionista, Mariana Cardoso, que prestou o melhor aconselhamento alimentar.
Dirigida essencialmente à população sénior do concelho, a iniciativa teve o propósito de sensibilizar a população desta faixa etária, alertando-a para a importância fulcral da atividade física, da estimulação cognitiva e da necessidade premente da adoção de uma alimentação cuidada nesta fase da vida.
Fonte:Mun.Celorico

Artigo de Luís Miguel Condeço—ULS (Utilidade, Ligação e Saúde)

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde de Viseu

 

As últimas semanas em Portugal têm-se revestido de especial agitação nos serviços que integram o SNS (Serviço Nacional de Saúde), quer para quem nele trabalha, como para a generalidade da população, novos e menos novos que têm necessitado de recorrer aos serviços por eles prestados.

De facto, os dedos das duas mãos não chegam para contar os inúmeros serviços de urgência encerrados por esse país fora, e a “nossa” região não passa incólume a essa problemática. O que me leva muitas vezes a pensar se a culpa será só dos vírus que se apelidam de sazonais, apesar de esquecermos os fraternos e próximos convívios típicos da época que ajudam a disseminar a gripe A e B, o VSR (vírus sincicial respiratório, grande responsável pela maior parte das bronquiolites nos mais pequenos), o Rinovírus, e até o Coronavírus da Covid 19, transportando para um passado longínquo os tempos da etiqueta respiratória, da distância social e do álcool gel. Não sei se têm reparado, mas os recipientes ou desapareceram de tudo quanto é lugar público, ou pura e simplesmente estão secos, sem pinga de álcool ou de gel!

Contudo o meu propósito pretende ir mais além da sazonalidade da doença respiratória que “entope” todos os serviços de urgência, centros de saúde ou serviços de saúde privados. É importante, refletir sobre a nova organização das instituições de saúde do SNS – Unidades Locais de Saúde (ULS).

No dia 1 de janeiro (do ano que agora se inicia, 2024), e por disposição do legislado em Decreto-Lei no dia 7 de novembro de 2023, Portugal reorganizará as suas instituições públicas prestadoras de cuidados de saúde em 39 ULS, 31 novas e 8 já existentes previamente (a primeira foi criada em 9 de junho de 1999 em Matosinhos, e em setembro de 2008 a ULS da Guarda).

Por definição, uma ULS integra em si mesmo a prestação de cuidados de saúde disponibilizados pelos centros de saúde e hospitais, com o principal objetivo de prestar cuidados de saúde eficientes, próximos e potenciadores dos recursos existentes em cada comunidade. No fundo, o que toda a freguesia, município ou região deseja para a sua população.

Mas quando analisamos o modelo organizacional destas novas entidades, percebemos a sua preocupação em identificar os problemas de saúde de uma determinada população, em potenciar a integração dos cuidados através de registos eletrónicos, em atribuir incentivos aos profissionais de saúde ou às estruturas criadoras de valor, e em desenvolver modelos que promovam os cuidados centrados na resposta às pessoas.

Será este o ponto de partida para acabar de vez com os constrangimentos vivenciados nos últimos meses e anos, no acesso e na organização dos serviços de saúde?

As ULS foram criadas há mais de vinte anos, a da Guarda há mais de quinze e nem por isso as dificuldades relacionadas com a escassez de recursos se resolveu, basta estar atento a qualquer um dos noticiários que podemos ver e ouvir na comunicação social portuguesa.

Recordo as palavras de um ex-bastonário de uma ordem profissional da saúde, há algumas semanas atrás quando questionado sobre esta “nova reforma da saúde” e segundo o qual identificou os seus “7 pecados mortais”: pouca comunicação com os interessados (população e profissionais de saúde); decisão nacional sem avaliação prévia; regras da gestão já utilizadas anteriormente; o número das ULS é mais complexo que o atual modelo; uma única direção para vários departamentos dos serviços de saúde; os incentivos e remunerações sem vislumbre de alterações; a antiguidade deste modelo não lhe confere o rótulo de reforma!

Apesar do enorme esforço governamental empreendido numa reforma transformadora do SNS, com a criação ou transformação dos Centros Hospitalares em ULS, a sua utilidade é muito discutível, assim como a interligação entre hospitais e centros de saúde, já não ser uma novidade.

Terá a “nossa” população mais serviços e melhor saúde em 2024?

Esperemos que sim.

Hábitos alimentares fundamentais na prevenção e tratamento da Doença Hemorroidária

A alimentação saudável é essencial na prevenção e no tratamento da Doença Hemorroidária

Mas afinal, o que comer? 6 dicas

Os excessos alimentares estão muitas vezes associados às festas de fim de ano. Come-se e bebe-se mais do que o habitual, o que leva à descompensação de certas patologias, nomeadamente a Doença Hemorroidária.

Uma das principais causas que provoca a Doença Hemorroidária é a obstipação e o consequente esforço realizado ao defecar, que sobrecarrega as veias hemorroidárias. Além disso, a ingestão excessiva de alimentos picantes e de álcool provoca a irritação do intestino e pode agravar os sintomas das hemorroidas.

As hemorroidas são veias localizadas na região do ânus e, quando são submetidas a uma elevada pressão, podem inflamar e exteriorizar-se no interior ou no exterior do canal anal, provocando crises de Doença Hemorroidária. Para evitar esta situação, deve-se privilegiar uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável.

“Tendo em conta que a obstipação é considerada a principal causa do aparecimento e agravamento das hemorroidas, torna-se prioritário a adoção de uma dieta saudável adaptada à doença, para evitar e controlar possíveis crises. Além disso, a prática de exercício físico ativa a circulação sanguínea, o que também ajuda na prevenção e no tratamento da Doença Hemorroidária”, destaca David Aparício, Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral no Hospital CUF Descobertas.

Os alimentos ricos em fibras são os mais recomendados na Doença Hemorroidária porque ajudam a prevenir a obstipação, ao promover o bom funcionamento do trânsito intestinal e ao amolecer as fezes.

O que ingerir para evitar as crises de Doença Hemorroidária? – 6 dicas:

– Alimentos ricos em fibras (pão escuro, arroz e massas integrais, etc.)

– Legumes de folhas verdes (brócolos, espinafres, agrião, etc.)

– Sementes (de chia, etc.)

– Frutas cruas

– Frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, etc.)

– Bastante água

Depois dos excessos é importante voltar a uma alimentação saudável. Em caso de agravamento da Doença Hemorroidária, é recomendado procurar um profissional de saúde. O tratamento pode variar de acordo com a situação de cada doente, sendo que os medicamentos venoativos orais, indicados para o tratamento das crises e prevenção das recorrências, e os tópicos para um alívio local complementar são as terapêuticas mais utilizadas, em fase de crise. Sendo uma doença com manifestações recorrentes e por vezes incapacitantes, um tratamento mais consistente pode passar pelo tratamento instrumental em regime ambulatório (esclerose; laqueação elástica; …) ou cirúrgico. Saiba mais em www.ashemorroidas.pt.

Artigo de Sara Morais— Depressão, Personalidade Depressiva e a Hipnose Clínica

Depressão é comummente conhecida como uma perda de energia e vitalidade, tanto a um nível físico como psicológico, que condiciona o quotidiano do leitor no âmbito da concretização das várias tarefas, sendo estas percecionadas como depauperantes.

Em contraste, a personalidade depressiva é caracterizada não por uma perda, mas por um défice de investimento no próprio “eu”, que vive paredes meias com a baixa-autoestima.  Neste caso em concreto, o leitor é dominado por um sentimento permanente de frustração fruto da não concretização dos seus desejos e ambições mais profundas.

Em contraposição, o cérebro humano tem a capacidade de transformar o mundo real, de injetar a felicidade, de inventar o prazer e de potenciar a sensação de realização através dos vários neurotransmissores: dopamina, serotonina, endorfinas e adrenalina. Por exemplo, quando o leitor come um determinado alimento calórico, automaticamente, sente prazer, ou simplesmente quando faz exercício físico sente uma maior sensação de energia e vitalidade. Assim, também, acontece quando o leitor conquista uma determinada ação, comportamento ou objetivo, que em resultado acaba por sentir maior confiança e sensação de auto concretização.

Contudo, na depressão este sistema de recompensa e de construção do mundo real fica desregulado, a vida fica empobrecida e tudo o que acontece ao seu redor é percecionado como eventos ilógicos e sem relevância. O leitor experiência, então, a lentificação das capacidades cognitivas e físicas, o que cumulativamente, instala o desinteresse pela procura do prazer e da felicidade.

Na personalidade depressiva, o sistema de recompensa não existe porque não há uma perda, propriamente, dita. Há, contudo, uma construção de crenças limitantes, alimentadas pelas várias deceções sofridas no passado, que alicerça a falta do desejo. Na verdade, é como se existisse um reconhecimento “inato” da impossibilidade da concretização do sonho / objetivo. Esta delimitação autoimposta marca uma constante insatisfação e, por consequência, a sua resposta comportamental e emocional.

É neste enquadramento que surge a Hipnose Clínica enquanto ferramenta terapêutica não convencional, mas complementar e natural. O estado de Hipnose, por si só, caracteriza-se por um estado neurofisiológico natural que altera a perceção cognitiva, do exterior para o interior, permitindo a libertação natural dos neurotransmissores que restabelecem o equilíbrio neuro-químico. Neste alinhamento, o leitor começa a sentir mais energia e o pensamento fica menos disperso. Numa fase posterior, o leitor vai desenvolver uma maior consciência sobre o seu “eu” interior e sobre as suas emoções, compreendendo um reajuste nos vários comportamentos e hábitos no role play no seu quotidiano, devolvendo assim o bem-estar e a qualidade de vida ao leitor.

No próximo boletim de saúde poderá saber mais sobre como a mudança do tempo influencia os nossos comportamentos e estados emocionais e a respetiva intervenção da Hipnose Clínica.

Sara Morais

Hipnoterapeuta

 

Centros de Saúde de Fornos de Algodres, Celorico, Gouveia, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo entre outros abertos ao fim de semana

Face a este grande afluxo no hospitais, assim aos fim de semana os 15 centros de saúde da CIM Beira e Serra da estrela vão estar abertos ao fim de semana, sendo 11 deles permanecendo para lá das 20h abertos.

Assim  sendo os centros de saúde do Fundão, Belmonte, Penamacor, Manteigas, Gouveia, Sabugal, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Mêda e Pinhel.

Esta foi uma informação avançada pelo Ministério da Saúde.